Inteligência Artificial (IA) é um tema que está sempre em pauta. O filme Exterminador do Futuro já deixou todo mundo de cabelo em pé, em plena década de 80. Na época, o Google não estava por aí assombrando as telas de computador e de smartphone, sabendo tudo sobre os usuários, conectando senhas e logins ao redor de toda a internet. Ou seja, nem tínhamos muito com o que nos preocupar. Contudo, hoje vivemos no mundo dos algorítimos e do Big Data e, não por acaso, faz cada vez mais sentido falar em IA.
Uma das notícias mais recentes é que o Facebook encerrou um projeto que tinha o objetivo de criar uma linguagem própria que não poderia ser compreendida por humanos. Com isso, ressurge a pergunta: devemos temer a aniquilação da humanidade pelos robôs, como o cinema costuma mostrar?
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Para o coordenador acadêmico do MBA em Marketing Digital e do Post-MBA em Digital Business da FGV, André Miceli, a resposta para essa pergunta é “não”. Não chegaremos a esse extremo, mas ele acredita que teremos alguns problemas. De acordo com o professor, o problema é como a população vai lidar com a IA. Ele alerta para o fato de que robôs diminuíram de tamanho, tiveram sua capacidade de aprendizado ampliada nos últimos anos, deixaram de ser usados apenas para atividades físicas e passaram para as intelectuais — e os chatbot são uma prova disso.
“Esse movimento trará grande impacto para as economias e deverá impulsionar a automação. Muitos profissionais serão substituídos por máquinas. Essa automação está a poucos passos de ganhar uma escala que vai mexer com todos nós”, afirma.
Benefícios
Miceli, no entanto, comenta que existirão benefícios – na medicina, por exemplo. “Muito provavelmente será possível checar uma radiografia ou exame de sangue logo após a coleta, relacionar todos os testes com desdobramentos de doenças e até mesmo prever o que vai acontecer com o paciente no futuro”, acredita.
Cuidados
Contudo, ele destaca que o processo de transformação acelerada da automação também vai mudar a estrutura organizacional das empresas e desconstruir a relação milenar que temos com o trabalho. Como exemplo, ele cita os critérios usados pelos agentes “tomadores de decisões”. “Que tipo de decisão a máquina vai tomar? Ela pode criar formas excludentes de tratamento, como a diminuição de mulheres em cargos específicos ou elaborar relatórios com discursos hegemônicos sobre determinado tema”, expõe o professor.
Adaptação
Por fim, Miceli afirma que será necessário pensarmos em alternativas econômicas, pelo simples fato de que não haverá emprego para todos nesse novo cenário que se aproxima. “Precisaremos nos adaptar a um mundo novo e estar dispostos a abraçar as inovações tecnológicas, uma vez que quem não estiver liderando a mudança, poderá ser atropelado por ela”, conclui.