Uma pesquisa recentemente concluída na Universidade de Stanford pode reacender ideias polêmicas que já pareciam mortas, como é o caso da eugenia da raça humana a (ou estudo sobre os bem nascidos a partir de critérios mentais ou físicos). Em linhas gerais, dois pesquisadores usaram a inteligência artificial para analisar e identificar padrões nos rostos das pessoas que diriam se uma pessoa é heterossexual ou homossexual.
Confira a edição online da revista Consumidor Moderno!
A controversa pesquisa foi produzida por Michal Kosinski e Yilun Wang e os resultados foram publicados na renomada Journal of Personality and Social Psychology. Mais do que a orientação sexual, os pesquisadores afirmam que seria possível descobrir o índice de QI e até mesmo o ponto de vista político de uma pessoa.
A pesquisa
De acordo com reportagem publicada pelo The Economist, a pesquisa foi baseada na análise de fotografias retiradas de um site de relacionamento norte-americano. O levantamento partiu de uma pré-análise de 130.741 imagens de 36.640 homens e 38.593 fotos de mulheres. As fotografias foram analisadas e muitas delas foram descartadas por falta de elementos para análise feita pela I.A.
No fim, sobraram 35.326 fotos de 14.776 de homens e mulheres, sejam elas heterossexuais ou não. A partir de padrões previamente estabelecidos, a máquina passou a analisar as imagens e alcançou altos índices de acerto a partir de imagens.
Na primeira etapa, a máquina analisou uma foto de cada homem gay ou heterossexual e alcançou um acerto de 81%. Depois, verificou cinco fotos de cada homem e o acerto chegou a 91%. Por outro lado, o nível de acerto entre as mulheres foi bem menor: 81% para análise de uma foto e 83% nas cinco fotografias.
Em outros dois testes, fotografias de homens e mulheres foram analisadas e a ideia era apenas identificar os gays. A máquina acertou em 61% dos casos entre homens e 54% entre as mulheres.
Alerta
Em entrevista a revista, Kosinski afirma que o objetivo da pesquisa é alertar sobre o uso da I.A nesse campo, algo que possivelmente deverá ocorrer em pouco tempo. Afinal, existem países onde ser gay é socialmente inaceitável – e até ilegal. Nesse sentido, o software poderia ser usado para identificar uma pessoa a partir de sua orientação sexual. Kosinski deixa claro que não inventou nenhuma tecnologia para o teste. Ele apenas usou softwares já existentes e aplicou parâmetros para a pesquisa.