A aquisição bilionária da Avon pela Natura é mais do que a criação do quarto maior grupo de beleza do mundo. Em conferência para jornalistas, Guilherme Leal, co-presideente da Natura&Co, Roberto Marques, presidente executivo do Conselho, e João Paulo Ferreira, presidente da Natura, anunciaram medidas futuras e a busca por inovação e empoderamento do consumidor como objetivos após compra da companhia.
A inclusão da Avon em um portfólio que já conta com Natura, The Body Shop e Aesop, segundo Guilherme Leal, amplia a capacidade de Natura &Co de atender seus diferentes perfis de clientes, em múltiplos canais de distribuição.
“Queremos compartilhar nossa paixão pela beleza e pelos relacionamentos com o consumidor em todo o mundo. Nosso objetivo é investir em inovação, marketing e atendimento nas redes sociais para propiciar uma nova e melhor experiência do cliente”, comenta o executivo.
Empoderamento
Em relação ao modelo de venda direta e aos revendedores, João Paulo afirma que a parceria não vai alterar estruturas comerciais e pretende trazer impactos positivos e de empoderamento para suas revendedoras.
“O que definimos é que as estruturas comerciais e as identidades próprias serão mantidas. É interessante notar que em um país como o Brasil quase 500 mil consultoras espontaneamente trabalham com as duas marcas. Ao trazer boas práticas de uma empresa para outra, nós vamos facilitar a vida dessas consultoras e do acesso aos seus consumidores”, afirma o CEO.
Além da iniciativa com o processo de venda, o grupo também vai criar um novo cargo, de diretor de crescimento sustentável, para o plano de expansão das duas marcas. Segundo os executivos, os três fundadores da Natura atuarão como conselheiros nesse processo.
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Já em relação às áreas de expansão, Roberto Marques detalha que a Natura pretende atingir outros mercados onde a Avon já atua fortemente, além dos Estados Unidos, como a Turquia, África do Sul e países do Leste Europeu.
“As sinergias são operacionais. Na área de suprimentos e manufatura. A nossa ideia é manter as estruturas comerciais separadas Temos em mente um pilar de crescimento para fazer a combinação ser interessante. Nossa ideia é trazer os produtos da Natura para o mundo e mais benefícios para os representantes da Avon no mundo”, diz.
Negócio
A partir da transação, será criada uma nova holding brasileira, Natura Holding. Os atuais acionistas da Natura ficarão com 76% da nova companhia, enquanto os atuais detentores da Avon terão os demais cerca de 24%. O fechamento da transação de aquisição das ações está previsto para o início de 2020, segundo a empresa.
Responsabilidade Ambiental
Cada dia mais, a preocupação dos consumidores com o uso de produtos sustentáveis e marcas que se alinhem com iniciativas de proteção ao meio ambiente vêm crescendo. Em relação às políticas de desenvolvimento sustentável, Roberto comentou sobre a igualdade de preceitos das duas companhias.
“O que buscamos é promover a diversidade das nossas crenças fundamentais e combater uma ameaça concreta e relevante, a mudança climática. Acreditamos que o nosso negócio pode e deve, também, pensar nesse sentido e a Avon já está alinhada com essa política da Natura há mais de 20 anos”, finaliza.
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