Empresas com mulheres em postos de liderança têm melhor desempenho nos negócios, e isso acontece também no Brasil, segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O relatório “Mulheres na gestão empresarial: argumentos para uma mudança” ouviu 13 mil empresas de 70 países.
Mais de 75% das companhias entrevistadas afirmam que seus resultados são 20% melhores com mulheres em posições de chefia. A organização ainda alertou que a maior parte das empresas expressa a ideia de igualdade de gênero apenas em reuniões, sem concretizá-las.
A OIT afirmou que, globalmente, em torno de seis a cada dez organizações privadas concordaram que a diversidade de gênero melhorou os negócios. Entre os ganhos citados pelos entrevistados estão criatividade, inovação e reputação.
Em termos de lucros, quase três quartos das companhias que monitoraram a diversidade de gênero em posições de gestão relataram aumentos entre 5 e 20%. A maioria teve crescimento de 10 a 15%.
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Empoderamento
Além de lucros mais altos, a autora do relatório, Jae-Hee Chang, destacou que a presença de mais mulheres em salas de reuniões leva a mais gestoras em níveis de entrada, médios e sêniores.
Apesar dos resultados positivos, menos de um terço dos conselhos de companhias em todo o mundo possuem, ao menos, 30% de participação feminina. “O que acontece na própria liderança sênior passa para baixo. Isto tem uma associação e conexão com o desempenho de negócios”, conta a pesquisadora.
Em nível nacional, o relatório da ONU também encontrou uma correlação entre mais funcionárias mulheres e o aumento de produção, com base em dados de 187 países, de 1991 a 2017.
De acordo com Jae-Hee, os resultados trouxeram perspectivas positivas e melhores do que o esperado. “Quando você considera os esforços que companhias fazem em outras áreas para conseguir apenas dois ou três por cento em lucros, a importância é clara: companhias devem olhar para o balanço de gênero como uma questão de base, não apenas como uma questão de recursos humanos”, destaca.
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Apesar dos aspectos de preconceito que impedem mulheres de serem expostas a uma série de tarefas em empresas que ajudam a garantir progressão na carreira, há evidências de que esta discriminação está sendo respondida, segundo a especialista.
“Isso vai além do ambiente de trabalho. Ambientes de trabalho são microcosmos de sociedades e da cultura em que surgiram. Companhias só podem ir até certo ponto, mas isto também é sobre mudanças sociais e o papel de mulheres na sociedade e a aceitação de que, conforme os ambientes de trabalho progridem, companhias precisam de talentos para avançar, e algumas das barreiras que costumavam existir precisam ser quebradas ainda mais”, finaliza.
Iniciativa Positiva
Pensando em quebrar preconceitos, a Netflix criou nova posição executiva focada em inclusão e diversidade. Vern? Myers foi nomeada para o recém-criado cargo de vice-presidente para estratégia de inclusão. Segundo a empresa, Myers vai ajudar a conceber e implementar estratégias que integrem diversidade cultural, inclusão e equidade em todos os aspectos das operações da Netflix em todo o mundo.
Antes de ingressar na Netflix, Myers trabalhou como consultora na Vern? Myers Co., onde assessorou corporações e organizações em questões como raça, etnia, gênero e orientação sexual.