Michelson Found Animals, uma organização sem fins lucrativos de bem-estar animal, realizou uma pesquisa com mais de mil donos de cães e gatos a fim de mapear as tendências de futuro da indústria de pets para 2019 e além.
A pesquisa concluiu que tecnologias inteligentes, terapias alternativas e comida de verdade serão cada vez mais observadas de agora em diante. Não por coincidência, esses assuntos são mais frequentes, também, na própria vida dos humanos.
De acordo com uma pesquisa de 2018 da Associação Americana de Produtos para Animais de Estimação, somente nos Estados Unidos, quase 85 milhões de famílias têm animais de estimação – número que cresceu de 56% para 68% de 30 anos para cá. No Brasil, o Censo Pet de 2018 contabilizou um total de 139,3 milhões de bichos em lares brasileiros, sendo que 50% desse montante se encontra na região sudeste.
Mais gatos e pequenos animais
O Censo também aponta que o crescimento de residências com gatos como animal de estimação cresceu 8,1% de 2013 para cá, e foi o maior índice de crescimento entre todos os animais. Outros bichinhos de pequeno porte, como peixes e roedores, também tiveram um alto crescimento, entre 5% e 6% no mesmo período.
Essa mudança de perfil se deve não somente ao memes de gatinhos que tomam conta da Internet, mas pelo maior número de pessoas morando em espaços pequenos, sobretudo nas grandes cidades, além da grande correria do dia a dia, que demanda companhias mais fáceis de cuidar.
Através desses dados, é possível prever uma ampliação e surgimento de novidades nas áreas exclusivas para gatos em pet shops, supermercados e centros veterinários que, na maior parte das vezes, no Brasil, tendem a ser dominados por produtos caninos.
Humanização dos pets?
Aimee Gilbreath, diretora executiva da Michelson Found Animals, comenta sobre a disposição de trazer elementos mais semelhantes aos processos humanos aos nossos companheiros domésticos:
“Os animais de estimação trazem tanta alegria às nossas vidas, que faz sentido que os tratemos como a nós mesmos. Mas isso vai muito além da humanização dos pets; essas previsões são sobre pessoas que estão alavancando tendências emergentes para tornar mais fácil ser um bom tutor, e cuidar da melhor forma possível de seus bichos de estimação. A tendência macro de saúde e bem-estar, e o número crescente de millennials que são donos de pets, estão mudando a maneira como cuidamos de nossos animais.”
A revista Internet Business Times, em uma nota sobre tendências futuras para a indústria de animais domésticos, complementa a ideia de que millennials são os melhores donos de animais já vistos, graças ao interesse tardio na constituição de família humana. Isso leva ao desenvolvimento de um elo mais profundo com os bichos como alternativa para companhia e troca de afeto e, consequentemente, uma exigência maior no tratamento e qualidade dos produtos oferecidos.
Dentre as tendências tecnológicas que estão surgindo, e que devem se expandir nos próximos anos, estão:
- Câmeras de monitoramento para vigiar e conversar com animais enquanto fora de casa;
- Brinquedos inteligentes;
- “Uber” pet, que transporta animais para creches ou clínicas;
- Aplicativos de gestão da nutrição animal;
- Lojas ou centros veterinários móveis;
- Telemedicina veterinária;
- Microchips veterinários;
- Rastreadores de atividade e localização.
Pet food
A principal tendência para o mercado de alimentação é a redução do consumo de rações secas, sobretudo as que contém altas taxas de sódio e corantes, e a substituição por alimentos frescos e mais semelhantes às necessidades naturais.
Manter uma nutrição orgânica e balanceada para pets pode ser difícil e muito caro mas, segundo a Internet Business Times, é o segmento que mais cresce nessa indústria, e o que os consumidores estão dispostos a investir valores mais altos. Também está crescendo a demanda por complementos à alimentação básica, como vitaminas e suplementos alimentares.
Tratamentos alternativos
Segundo a Pet Product News, donos de animais de estimação que utilizam terapias complementares para si têm uma tendência maior a buscar esses serviços a seus pets. Tratamentos à base de canabidiol (CBD), por exemplo, são uma tendência emergente na medicina humana, e também na medicina animal, com 74% dos pacientes da substância tendo utilizado, também, em seus pets, que demonstram um ótimo efeito, principalmente, em animais sênior. O CBD, na medicina veterinária, tem a função de reduzir picos de estresse, reduzir inflamação e tratar dores crônicas.
Outras terapias, como massagens, quiropraxia, fisioterapia, hidromassagem e acupuntura também têm sido cada vez mais visadas na indústria animal.
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