Foi o site da norte-americano Vulture, da conceituada New York Magazine, um dos primeiros a usar a expressão “Era de Ouro dos Podcasts”. A razão para isso está no fato de, desde seu surgimento, em 2004, o termo nunca ter sido tão falado e monetizado quanto no presente quando o assunto é produção de conteúdo.
Nos Estados Unidos – uma referência mundial – ouvir um programa de rádio online nem é mais algo cool, “descolado”. Trata-se do básico para se manter informado ou se divertir escutando alguma coisa.
No Brasil, a área avança rápido, mas ainda há bastante espaço para crescer. Atualmente, segundo dados da Associação Brasileira de Podcasters (Abpod), 32% dos 120 milhões de internautas brasileiros ainda não ouviram falar do assunto.
Só em 2018, foram mais de três mil programas do gênero a serem postados nos agregadores de podcast, e a maior audiência por região, até o momento, fica mesmo com o estado de São Paulo, responsável por 37% do play nesse tipo de programa, também de acordo com dados da Abpod.
O sucesso dessa forma de criar conteúdo se explica pelo fato de ser bem mais barata e fácil de produzir, se comparada aos vídeos, por exemplo, que lotam o YouTube.
Além disso, é possível encontrar, via podcast, uma audiência mais nichada, que facilita a fidelidade do ouvinte ao programa produzido.
Podcasts sobre cinema, séries, literatura, LGBTQI+, feminismo, artes, finanças, entre outros, vão muito bem com seu público definido.
A entrada do Spotify no jogo da distribuição dos conteúdos também foi um grande avanço para o mercado. A gigante sueca de streamings quer se tornar a primeira plataforma do mundo na veiculação de podcasts.
Para isso, vem investindo pesado este ano no setor: comprou a Anchor, um aplicativo que facilita a gravação, edição e publicação dos programetes falados, bem como criou, em setembro, uma funcionalidade que permite aos seus internautas fazerem playlists com programas preferidos – e não só mais com músicas.
Por aqui, tem gente que está produzindo podcasts há mais de 10 anos. É o caso da turma Braincast, do B9. Trata-se de um dos mais conhecidos programas do gênero, que fala do mundo da comunicação e da publicidade, mas também pega assuntos do dia-a-dia e coloca sob análise em uma mesa redonda de convidados comandados pelo publisher e podcasteer Carlos Merigo. Seguindo a linha do Braincast, que é um sucesso de audiência, seguem abaixo outros programas que vale a pena ouvir:
Café da Manhã: o programa de áudio online criado pela Folha de S. Paulo em parceria com o próprio Spotify é muito necessário nesses tempos de fake news, avalanche de notícias e acontecimentos complexos. Os jornalistas Rodrigo Vizeu e Magê Flores explicam e contextualizam assuntos em diversas áreas, como economia, ciência, cultura, saúde, meio-ambiente ou comportamento. O programa vai ao ar diariamente às 6h da manhã, mas fica disponível para todos e tem duração média de 30 minutos.
Mamilos: comandado por Cris Bartes e Juliana Wallauer, se dedica a “construir pontes”, como ele mesmo se define. Pega um tema e coloca especialistas no assunto para tirar todas as dúvidas e debater à exaustão sobre ele. Polarização política, vacinação, agrotóxicos estão entre os assuntos recentes discutidos. A ideia é entrar em acordo mesmo quando se pensa diferente sobre um mesmo assunto.
Que história é essa?: quem disse que um programa de TV não pode render um bom podcast? A atração comanda por Fabio Porchat no canal GNT também vale muito de ser ouvida. Afinal, o que manda são as histórias engraçadíssimas que seus convidados contam no palco e que não se perdem no áudio. É certeza de boas risadas.
É nóia minha? o programete da escritora e influencer Camila Fremder é um grande encontro pra jogar conversa fora sobre assuntos que – como o próprio nome da atração sugere – estão apenas na cabeça de Camila. O bate-papo é despretensioso e o foco é falar de comportamento de forma engraçada (paquera, burocracia, amizade, estão entre os temas recentes).
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