Os esportes eletrônicos cresceram tanto nos últimos anos que suas métricas já permitem comparações com os esportes tradicionais. Campeonatos milionários, profissionalização de jogadores, streams na televisão e a entrada de clubes esportivos tradicionais mostram o grande potencial desta nova vertente esportiva.
De acordo com o instituto de pesquisas Newzoo, o Brasil é o terceiro maior público de Esports do mundo, com 7,6 milhões de espectadores mensais, perdendo apenas para a China e os Estados Unidos. O crescimento da base foi de 20% de 2018 para cá, e esse aumento acelerado da audiência chegou a virar debate no Senado Federal.
Hábitos de consumo
Esports está conquistando cada vez mais adolescentes à medida que seu público se expande, e as gerações mais jovens passam a ter acesso à jogos e à Internet.
Por ora, no Brasil, a maior parte do público é masculina, de alta renda, que consome tecnologias avançadas para jogos online – os famosos PC Gamers, computadores montados com processadores capazes de performar os jogos mais avançados do mercado.
Por outro lado, os dados da Newzoo apontam que mais de 25% do público de Esports não é composto por jogadores, e sim por espectadores passivos, que apenas consomem materiais relacionados.
Segundo estimativas do Business Insider Intelligence é esperado que o total de visualizações de Esports tenha uma taxa de crescimento anual de 9%, entre os anos de 2019 e 2023, passando de 454 milhões em 2019 para 646 milhões em 2023.
Futuro incerto no Brasil
Na última quinta-feira (21), o Senado realizou a segunda audiência pública da PL 383/2017, projeto de lei que visa regulamentar a prática dos esportes eletrônicos no Brasil.
O Governo dos Estados Unidos já reconhece jogadores profissionais de Esportes eletrônicos como atletas, o que permite a entrada de pro players no país com visto de permanência profissional.
No Brasil, as leis de proteção aos esportes tradicionais já seriam suficientes para definir as práticas esportivas eletrônicas como desporto, mas a falta de uma lei clara gera inseguranças no mercado.
A regulamentação do setor busca trazer melhor controle e organização para os campeonatos esportivos, além de regularizar os jogadores e técnicos como profissionais registrados e reconhecidos, garantindo os mesmos direitos de qualquer profissional.
Enquanto as leis não estiverem bem definidas, não há muito o que se especular sobre o futuro dos Esports no Brasil pois, a depender das aprovações (principalmente em relação à presença ou não de jogos violentos nas competições), algumas coisas podem mudar de cara no cenário competitivo nacional.
Inclusão mobile
De acordo com a Business Insider, o futuro global dos Esports provavelmente estará nos braços dos dispositivos móveis, que são mais acessíveis que os computadores de alta performance, permitindo a entrada de um número muito maior de jogadores e fãs.
A pesquisa mostra que o segmento de jogos de disputas online para dispositivos móveis deve representar 45% do mercado de games do próximo ano.
Essa popularidade já está presente em alguns espaços competitivos, como a China, por exemplo, que já tem um cenário próspero de Esports com foco em mobile.
Recentemente, no Brasil, aconteceu o primeiro campeonato esportivo do game Free Fire – battle royale que é concorrente direto do Fortnite, com mais de 10 milhões de jogadores brasileiros. O evento aconteceu no Rio de Janeiro, e bateu recordes de espectadores no YouTube, ultrapassando 2 milhões de espectadores simultâneos.
Um dos grandes motivos da popularidade do jogo por estas terras é a facilidade com que ele roda nos mais diversos tipos de smartphones, dos mais simples aos avançados, além de não exigir alta largura de banda, podendo ser jogado através de Internet 4G.
Estes dados reforçam a pesquisa da Business Insider, mostrando que o acesso aos jogos por dispositivos móveis são importantes para o crescimento em escala do mercado de Esports pelo mundo.
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