Já ouviu falar que raios e geladeiras matam mais que tubarões todos os anos? Pois saiba que existe uma nova ameaça que também é mais letal que os (supostamente) perigosos peixes do oceano: as selfies.
Um estudo global da Biblioteca de Medicina dos Estados Unidos revelou que as selfies se tornaram um problema emergente no mundo, desde que quase 300 pessoas morreram entre os anos de 2011 e 2017 ao tentarem tirar fotos de si mesmas em locais perigosos.
Entre janeiro de 2018 e outubro de 2019, cerca de 30 novas mortes já foram registradas no mundo, que envolveram quedas em penhascos e rios violentos, atropelamentos por trens e contato com animais selvagens, dentre outros.
Índia, a capital mundial das selfies perigosas
Embora se acredite que as mulheres seja mais aficionadas por selfies do que os homens, são os rapazes que respondem à maior parte das estatísticas de letalidade durante autorretratos.
O estudo da Biblioteca de Medicina mostra que 72,5% do total de mortes se sucedeu em homens jovens, e apenas 27,5% em mulheres.
A maior parte dos incidentes ocorreram na Índia, seguido pela Rússia, Estados Unidos e Paquistão. Os principais motivos observados foram afogamento, atropelamento e queda.
Cerca de 50% do total de mortes por selfie acontecem na faixa etária de 20 a 29 anos, seguida por 36% entre crianças e jovens de 10 a 19 anos.
Os incidentes de mortes com este perfil aumentaram com a proliferação de smartphones e acessórios de fotografia, segundo um estudo publicado no Journal of Family Medicine and Primary Care da Índia, e as redes sociais são regularmente mencionadas como as causas que levaram as pessoas a cometerem tais riscos.
Casos mais recentes
Segundo o portal Gulf News, dos Emirados Árabes, a última morte por selfies registrada em 2019 ocorreu no dia 26 de outubro, em Dubai, quando uma adolescente de 16 anos caiu do 17° andar de um prédio ao tentar tirar uma foto de si mesma.
No dia 7 do mesmo mês, quatro pessoas faleceram em uma barragem na Índia, afogados, ao tentarem uma selfie em grupo.
No Brasil, houve um registro de morte no dia 14 de julho, na cidade de Santana do Riacho, em Minas Gerais. Dois homens se afogaram em uma cachoeira enquanto tentavam tirar uma selfie. Um dos indivíduos escorregou e caiu nas correntezas, enquanto o outro pulou na água ao tentar salvá-lo.
No mês de junho, no Rio de Janeiro, um jovem de 21 anos faleceu após tentar tirar uma selfie em uma passarela sobre uma linha férrea. Segundo o Corpo de Bombeiros, o garoto se pendurou na grade da passarela, tomou uma descarga elétrica e bateu a cabeça ao cair nos trilhos.
Soluções
O estudo da Biblioteca de Medicina dos Estados Unidos sugere que áreas turísticas perigosas para selfies devem ser indicadas por placas, especialmente em locais como corpos d’água, picos de montanhas, trilhos de trens e edifícios altos, para que a incidência de mortes diminua.
Alguns parques, cidades e países pelo mundo têm lançado campanhas de conscientização sobre este tipo de risco, lembrando aos visitantes de priorizar a segurança em detrimento dos “cliques”.
Já existem lugares que estabeleceram “zonas sem selfie”, por terem áreas particularmente perigosas. Um exemplo desta atitude foi a cidade de Mumbai, na Índia, que recebeu a maior parte dos registros de mortes por tentativa fotográfica.
Ao menos 16 locais de alto risco, sobretudo em locais próximos a rios, foram classificados como perigosos demais para se fotografar.
A Rússia já estabelece campanhas nacionais de “combate à selfie perigosa” desde 2015, com um guia de segurança distribuído pela Polícia Federal. O país, que é o segundo com maiores estatísticas de mortes por selfies, registrou diversos casos de quedas em pontes ou prédios altos durante autorretratos.
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