A CES 2020, um dos maiores eventos de tecnologia do mundo, prometia diversas novidades por parte das big techs. Mas o que tomou conta da internet nesta semana foi o anúncio do Quibi, que aconteceu durante o evento.
Uma dupla de sócios subiu ao palco e, para a surpresa do público, as mentes por trás de uma startup não são dois jovens do Vale do Silício e sim duas pessoas maduras com grande experiência no mercado: Meg Withman (ex E-Bay e HP) e Jeffrey Katzenberg (ex-DreamWorks).
O Quibi é um serviço de streaming que promete petiscos de entretenimento – como diz o próprio site oficial da plataforma.
Com foco em um público de mais de 30 anos, o novo player do streaming trará adaptações de programas clássicos, como Punk’d da MTV, e curtas dirigidos por Steven Spielberg. A intenção da nova empreitada é uma só: diminuir o tempo gasto com o scrolling nas redes sociais e consumo de conteúdo de baixa qualidade. Esse também se apresenta como uma alternativa para quem não compra a ideia do formato de 1 hora dos programas originais de Netflix, AppleTV+, Prime Video, Disney+, HBO Go e Hulu.
https://www.youtube.com/watch?v=qagUU-mAqI8
De qualquer forma, a CEO da empresa garante: “Nós não faremos parte da guerra do streaming”. Será?
O anúncio do novo aplicativo causou um grande hype na imprensa internacional e nas redes sociais. O porquê? O novo formato foi capaz de fisgar quem não tem paciência de assistir as mais de 40 horas de Game of Thrones ou as originais da Netflix com mais de dez episódios de 50 minutos.
Tela adaptativa
Outra grande novidade é a imagem responsiva. A primeira em um serviço de vídeo. Não importa como esteja a posição da sua tela, a imagem de qualquer conteúdo na plataforma irá se adaptar (veja a animação abaixo).
Em uma primeira aparição oficial para a mídia no ano passado, a seguinte questão foi evidente: os millennials estariam dispostos a pagar US$ 5,00 por um serviço de vídeos curtos?
A Disney e a Warner Media parecem acreditar que sim. No ano passado, as duas empresas foram responsáveis pelo investimento de USS$ 1 bilhão na empresa emergente.
“Oferecemos a qualidade da HBO com a conveniência do Spotify”, declarou a CEO, Meg Withman, em comunicado oficial. Ela completa dizendo que o cidadão comum não tem “uma hora para assistir uma série de qualidade” e, que um conteúdo dividido em dez capítulos com dez minutos de duração será interessante para quem possui uma pausa durante o almoço para assistir algo.
Personalização é a carta na manga
O serviço também aposta no aumento do consumo de vídeo pelo celular. Para se ter ideia, em 2012, o internauta médio gastava cerca de 6 minutos assistindo vídeos n tela do smartphone. Em 2016, esse número aumentou cerca de 10 vezes, totalizando 60 minutos.
Todos os dias, o usuário do Quibi terá acesso a um feed com cerca de 25 programas personalizados para o gosto pessoal. Ali encontrará filmes divididos em capítulos, séries documentais, notícias diárias e entretenimento em pequenas doses.
O Quibi contará ainda com duas opções de assinatura: por US$ 5 dólares você tem acesso ao serviço com anúncios e por US$ 8, um ambiente ad-free, sem nenhum tipo de interferência publicitária.
Os pontos fortes do aplicativo parecem contar com a personalização e extremo foco em qualidade.
Os executivos experientes no mercado de Hollywood trouxeram outros nomes, como Guilermo Del Toro e Sam Raimi, para a criação de conteúdos exclusivos. Além disso, diretores de grande séries da TV farão adaptações para a plataforma.
Bom, para quem não sabe, Katzenberg, CEO da companhia, esteve por trás da criação de Shrek, uma das maiores e mais lucrativas animações da história. Seria esse know-how de criação o bastante para conquistar você?
Caso você vire um aficionado pelas séries da plataforma, será possível configurar um alerta para novos episódios, em que o celular alerta ao usuário com um toque personalizado. Podendo ser até o ringtone utilizado por algum protagonista no aparelho durante a trama fictícia.
De qualquer forma, o aplicativo chega às lojas digitais no dia 6 de abril, em um mercado cada vez mais competitivo para o streaming. A estreia do Quibi promete uma campanha massiva e investimentos milionários em divulgação. Pronto para o consumo em cápsula?