A automação já é responsável pela eliminação de milhares de postos de trabalho ao redor do mundo. E engana-se quem pensa que os robôs afetarão apenas os trabalhos braçais e repetitivos.
Atividades intelectuais, como análise de investimentos, podem ser as próximas a terem os robôs dominando o cenário. Uma pesquisa da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, conseguiu demonstrar que robôs conseguem fazer sugestões de investimentos em ações mais lucrativas do que os analistas humanos.
Os pesquisadores examinaram mais de 76.000 relatórios emitidos por um grupo de empresas que já usam robôs para fazer as recomendações de investimentos entre 2003 e 2018. Eles descobriram que os portfólios formados com base nas recomendações dos robôs superam os dos analistas humanos.
Observando os portfólios de robôs, o estudo constatou que suas recomendações de compra obtiveram retornos de 6,4% a 6,9%, enquanto as de seus colegas humanos variaram apenas de 1,2% a 1,7%.
Além disso, a pesquisa também identificou que os analistas robôs produzem coletivamente uma distribuição mais equilibrada de recomendações de compra, manutenção e venda de ações.
Segundo os pesquisadores, os robôs estão menos sujeitos a “preconceitos comportamentais e conflitos de interesse” do que os seres humanos.
“Os analistas tradicionais trabalham ativamente para manter relacionamentos com os gestores das empresas investidas, os robôs não trabalham de acordo com as mesmas convenções”, diz o estudo.
Como os robôs têm potencial gigantesco de processamento de dados, as revisões dos portfólios são feitas com mais frequência do que os geridos por humanos, e as revisões são realizadas com base em grandes volumes de dados disponibilizados pelas empresas, e não apenas pelo anúncio trimestral de resultados.
Por não ter emoções interferindo nas decisões de compra e venda de ações, os robôs têm mais facilidade para se desfazer de ações que provavelmente já atingiram seu ápice e não vão trazer mais lucros.
Os pesquisadores constataram ainda que cerca de 25% das recomendações dos robôs era pela venda de papéis, em comparação com apenas 6% dos analistas humanos.
“Usar esse tipo de tecnologia para fazer recomendações de investimentos ou conduzir análises de investimentos se tornará cada vez mais importante”, disse Kenneth Merkley, professor de contabilidade e um dos autores do estudo em entrevista à Bloomberg.
Quem é contra a automação de investimentos por meio de robôs argumenta que as máquinas são incapazes de analisar discussões sutis nas conferências de divulgação de resultados das empresas listadas em bolsa. Os defensores dos robôs afirmam o contrário: robôs podem analisar grandes quantidades de dados, incluindo transcrições de conversas, em ritmos muito mais rápidos.
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