Aumentar ou manter a frequência de ida aos supermercados e aos salões de beleza, retomar o consumo em lojas de rua, shoppings, bares e restaurantes e adquirir bens de linha branca e marrom são algumas das intenções do brasileiro no pós-quarentena. Mais do que um desejo de quem ainda vive sob os efeitos da quarentena, as respostas foram mapeadas pelo Observatório Febraban, um levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe) para a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban).
Segundo o cientista político Antonio Lavareda, presidente do Conselho Científico do Ipespe, a primeira edição do Observatório identifica quais são as expectativas da população que possui contas em bancos para a retomada das atividades econômicas no período pós-pandemia. “A pesquisa mostrou que neste momento de migração do isolamento para o ‘novo normal’ as pessoas estão predispostas a consumir, mas mantendo hábitos que adquiriram durante o isolamento social. Esses dados são um importante sinalizador para marcas e empresas”, afirma.
Como exemplo ele cita que entre os mil entrevistados (de um universo de 100 milhões bancarizados) 30% pretendem aumentar as compras por e-commerce; 28% planejam usar mais os serviços de delivery e 27% querem aumentar o trabalho na modalidade home office. “A pesquisa mostrou também que 45% dos entrevistados pretendem dedicar mais tempo à família e aos filhos. Isso demonstra uma tendência de valorização da casa, o que repercute em aumento do consumo eletrodomésticos e eletroeletrônicos”, explica Lavareda.
Retomada em até um ano
Em relação à vida financeira, o Observatório mostra que existe otimismo também sobre a perspectiva de retomada individual e familiar: 49% dos entrevistados acreditam que suas finanças voltarão ao patamar de antes da pandemia em até um ano. Desses, 21% apostam que a retomada poderá se dar ainda mais rápida, em até seis meses. Para o presidente da Febraban, Isaac Sidney, esse indicador sinaliza para uma demanda reprimida, que pode ajudar em uma recuperação mais rápida da economia.
Confirmando essa opinião, 60% dos entrevistados querem manter ou elevar seu uso do cartão de crédito; 15% planejam usar crédito bancário na compra de material de construção para reformar seu imóvel; 15% têm intenção de financiar a compra de imóveis e 14% dizem também que irão contratar financiamento para adquirir carros e motos. “Extrapolando esses dados para o universo de pessoas bancarizadas, significa que entre 14 milhões e 15 milhões de pessoas pretendem efetuar compras por meio de crédito, o que demonstra o otimismo com o pós-pandemia”, finaliza Lavareda.
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