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Ser perfeccionista é bom? Hora de derrubar esse mito

Ser perfeccionista é bom? Hora de derrubar esse mito

Comportamento que já foi visto como qualidade importante para um profissional bem-sucedido pode esconder, na verdade, um comportamento ansioso e até paralisante, como explica especialista, e está fora da realidade de um mundo impactado pela Covid-19

Pouco a pouco, o novo mundo desenhado pelas mudanças abruptas e impensáveis causadas pela pandemia de Covid-19 vai dando as caras em mais áreas de nossa vida. Uma delas é a profissional, certamente. A maneira como nos relacionamos com o trabalho tem se transformado profundamente, desde fisicamente (alô, trabalho remoto? alô Smart Working?), até mais subjetivamente, com alterações no conceito das qualidades que um “bom profissional” precisa ter.

Sabe aquela dita qualidade chamada perfeccionismo, que muita gente coloca no currículo como sinônimo de excelência ou que fala para seu interlocutor na entrevista de emprego? Pois ela já não faz mais sentido agora: “Em momentos incertos, de pressão ou de grandes mudanças nós não precisamos de respostas perfeitas. O importante é ter soluções adaptáveis, boas o suficiente para o momento em questão e bem contextualizadas”, explica Desirée Cassado, psicóloga e professora da The School of Life, especializada em tratar temas como autocuidado, diplomacia, foco e vulnerabilidade.

Para Desirée, o mito do perfeccionismo – cujo outro lado da moeda é a baixíssima tolerância ao erro – está bastante ligada à ansiedade de cada um de nós. Ambientes de trabalho que também prezam por esse tipo de profissional tendem a ser menos criativos, porque a pressão por acertar sempre gera quase uma paralisação. É hora de desconstruir o mito do perfeccionismo e trazer mais realidade para as relações de trabalho. Acompanhe o que diz a especialista:

Desvende o perfeccionismo

Consumidor Moderno: Por muito tempo, dizer em um currículo ou em uma entrevista de emprego que se era “perfeccionista” foi visto como uma boa qualidade. De uns tempos para cá, porém, começou-se a entender que não é bem assim, e que essa busca incessante pela perfeição pode ser, na verdade, negativo tanto na vida pessoal como na profissional. Você poderia falar sobre esse conceito ?

Desirée Cassado: As pessoas reconhecidas como perfeccionistas são aquelas que pretendem ou precisam alcançar um nível de entrega que seja absolutamente livre de erros, de acordo com as mais altas expectativas da própria pessoa e do que ela imagina que os outros esperam dela. O que eu acredito é que as pessoas estão descobrindo agora é que o perfeccionista, na verdade, é um grande ansioso. Ele pode ter capacidade para alcançar bons resultados, mas também corre o risco de se deixar paralisar. O que eu mais vejo no meu consultório são pessoas muito perfeccionistas que não conseguem produzir dentro da sua real capacidade porque se deixam paralisar e procrastinam. Então, hoje, quando ouço alguém dizer que tem o perfeccionismo com uma qualidade, minha tendência é ficar atenta para entender se essa característica impulsiona ou paralisa a pessoa em suas próprias expectativas e na ansiedade que essa expectativa gera.

CM: As crises tanto sanitária quanto econômica geradas pela pandemia de Covid-19 acabaram acelerando algumas mudanças sociais, ou ao menos mostrando que certos comportamentos não são mais tolerados. Pensando dessa forma, o profissional perfeccionista pode ser considerado alguém que flerta mais com uma insegurança pessoal no trabalho do que alguém em busca da excelência?

DC: Em momentos incertos, de pressão ou de grandes mudanças nós não precisamos de respostas perfeitas. O importante é ter soluções adaptáveis, boas o suficiente para o momento em questão e bem contextualizadas. Em situações como essas, o perfeccionista tende a ficar apegado ao conceito do que é bom e certo, perdendo a referência do que é necessário. Dentro do atual cenário que estamos vivendo, por exemplo, com pandemia e coronavírus, fica difícil ter soluções perfeitas porque tudo é novo para todo mundo.

Estamos tomando decisões que nunca tomamos na nossa vida. Então, com certeza, essas decisões não serão perfeitas. O indivíduo que estiver tremendamente apegado ao ideal de se mostrar perfeito para o outro vai ficar paralisado. Eu acredito que as pessoas perfeccionistas são aquelas pouco tolerantes à crítica, têm receio desse julgamento por já terem sido muito criticadas momento da vida ou acreditam que o valor só está na apresentação de resultados ou desempenhos acima da média. No meu entender, por trás do perfeccionismo existe bastante insegurança.

CM: Como identificar se minhas ações não estão rumando para esse perfeccionismo no trabalho (e na vida em geral)? Ter um comportamento perfeccionista pode ativar gatilhos de ansiedade, na sua opinião?

DC: É difícil afirmar se a ansiedade gera o perfeccionismo ou se o perfeccionismo gera a ansiedade. O fato é que trata-se de um ciclo vicioso terrível que faz com que as pessoas fiquem cada vez mais improdutivas e menos satisfeitas com o próprio desempenho na vida pessoal ou profissional. Para identificar os rumos do perfeccionismo, a pessoa precisa avaliar o próprio grau de ansiedade com relação ao resultado do que se propõe a fazer. Ansiedade é positiva quando nos gera movimento, melhores entregas e busca por preparo e por ser alguém melhor? Ela tem capacidade de nos preparar para grandes desafios. Mas, pode nos paralisar e deixar de agregar valor para a nossa vida quando ultrapassa os limites, fazendo com que a gente questione o tempo todo nossas ações, entregas, interações e relações.”

CM: Como fazer para que o profissional transforme sua maneira de pensar – saindo de uma constante busca por ser “perfeito” para se dar chance ao erro ou a ao menos aprender a errar?

DC: É muito difícil a gente mudar uma forma de pensar. Acredito que o mais eficaz é aprender a mudar a forma como a gente se relaciona com os nossos pensamentos. Por exemplo, uma pessoa que, há anos, vive com uma crítica interna muito grande pode aprender a ouvir esses pensamentos com certo distanciamento. Assim, poderá tomar melhores decisões, diferentes daquelas que servem para aliviar a ansiedade. Para a gente aprender a errar sem se criticar tanto, precisamos nos expor tentando.

Na The School of Life acreditamos que é preciso fazer as pazes com a nossa Sìndrome do Impostor. Dentro de todos nós existe a sensação de que, em algum momento, seremos descobertos, que temos um lado sombrio que comete erros e precisa ser ocultado para sermos aceitos pelo outro. Mas a verdade é que esse nosso lado precisa ser exposto. A gente precisa fazer as pazes com o nosso lado sombrio. Quando acolhemos a nossa vulnerabilidade, o nosso lado mais humano, nos tornamos capazes de tentar e seguir, mesmo quando algo dá errado. Quando a gente faz as pazes com a possibilidade de errar, a gente se arrisca e executa mais.

CM: Você pode explicar um pouco mais essa sensação de se sentir impostor e sua relação com o perfeccionismo?

DC: Se você observar, verá que as pessoas que são autoconfiantes não são aquelas que conseguem esconder bem a sua Síndrome do Impostor, porque todos nós a possuímos. As pessoas pessoas mais autoconfiantes são aquelas que se sentem à vontade com próprios erros e, por isso, conseguem tentar, acertar, errar e seguir fazendo, entregando e conquistando. Elas sentem dor, medo e ansiedade, mas têm coragem de expor a própria vulnerabilidade, com boas intenções nas suas ações. Acredito que, em uma entrega no trabalho, o resultado mais importante a ser buscado não é o acerto definitivo, mas a boa intenção de fazer o melhor. E, nesse lugar, cabe o erro, a vulnerabilidade e a construção de soluções que talvez não sejam totalmente perfeitas, mas que sejam possíveis.

Como melhorar  e lidar com erros

CM: Por que é importante para a nossa mente saber lidar com o erro ou com a frustração? A autocobrança também é uma forma de autossabotagem?

DC: A nossa mente nunca vai estar satisfeita ou à vontade com os nossos erros. Ela evoluiu em um contexto no qual o papel do nosso sistema cognitivo era de nos proteger de qualquer risco do futuro. Na pré-história, isso significava nos proteger de qualquer risco físico, como acidentes, ataques de animais ou brigas. Hoje, os riscos incluem ser rejeitado pelo outro, falhar no trabalho, ser demitido, fracassar na carreira ou não ser aceito pela aparência. Assim, é possível que a nossa mente fique o tempo todo nos lembrando do que pode dar errado. Isso é natural, pois a mente foi feita para isso. Então, a autocobrança sempre vai existir, mas isso não é autossabotagem.

A autossabotagem é quando paralisamos os nossos passos em decorrência da nossa autocobrança. Afinal, o problema não é o que a gente pensa, mas o que a gente faz com o que a gente pensa. Então, é importante entender que a nossa mente existe para nos proteger e que, como o nosso sistema cognitivo é falho, ela vai buscar por problemas o tempo todo. Ela vai nos criticar. Quando entendemos que esse é o jeito que o cérebro trabalha, fica mais fácil encontrar meios para deixar essas críticas um pouco de lado para conseguir fazer o que precisa ser feito. Em resumo, para lidarmos com os nossos erros e as nossas frustrações, é preciso olhar para os nossos pensamentos com um pouco de desconfiança.

CM: Que conselhos você dá para ajudar a mudar a cultura de uma empresa que preza por esse conceito de “perfeccionismo” e de baixa tolerância ao erro? Como o profissional pode agir dentro desse ambiente?

DC: O conselho que eu daria para uma empresa que preza pelo perfeccionismo e tem baixa tolerância ao erro é para que ela observe os resultados do negócio. Em geral, companhias muito rígidas e que punem os erros de maneira severa tendem a ter profissionais paralisados que não conseguem ser criativos, assumir o protagonismo das decisões, vestir a camisa da companhia. A criatividade só acontece em ambientes seguros para o erro. Então, é possível que as organizações com cultura perfeccionista estejam utilizando uma péssima ferramenta para tentar fazer com que os seus profissionais atinjam a sua melhor versão. Onde não há espaço para errar, não existe motivação para arriscar.

“Em um momento como este em que estamos vivendo, a tendência é que as empresas comecem a valorizar características diferentes. É o caso da adaptabilidade e da resiliência”

CM: Ter mais inteligência emocional, agora que a pandemia de Covid-19 acabou com a ilusão do “controle” que tínhamos sobre nossas vidas, pode ser uma saída para evitar esse comportamento desgastante do perfeccionismo, bem como outros que acometem as pessoas no trabalho, como a Síndrome do Impostor ou Impostora, por exemplo? Como especialista no assunto, qual é a sugestão que você deixa?

DC: Um momento como o que a gente está vivendo, nos faz reavaliar as habilidades comportamentais que eram importantes no ano passado. A mudança veio com muita velocidade. A tendência é que as empresas comecem a valorizar características diferentes, se comparado ao período antes da pandemia. É o caso da adaptabilidade. O profissional que consegue se adaptar a questões absolutamente impossíveis de serem previstas são também capazes de entregar os melhores resultados. A resiliência também é muito importante.

Mas, para uma pessoa ser mais adaptável e resiliente às mudanças, ela precisa ter autoconhecimento e capacidade para ler o contexto, além de estar muito confortável dentro da sua própria pele para errar, ser vulnerável e se arriscar. Isso quer dizer que estamos prestes a presenciar uma grande revolução das habilidades comportamentais no mercado de trabalho. Eu destaco, além da adaptabilidade e da resiliência, a auto-compaixão para que as pessoas consigam errar, se arriscar e seguir, mesmo após uma falha. Particularmente, estou muito contente com isso. Espero que essa mudança venha com muita força. Talvez seja a mudança que precisávamos não só nas nossas vidas, como também mercado de trabalho.


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