O Grupo Fleury acaba de anunciar o nascimento da Saúde iD. Baseada em ciência de dados e inteligência artificial, a empresa de tecnologia tem o objetivo de reinventar o consumo de produtos e serviços de saúde no Brasil, além de dar sustentabilidade para o setor. O caminho para isso será integrar os dados para facilitar o gerenciamento da saúde, e construir um marketplace que, além do atendimento médico, oferecerá desde venda e entrega de medicamentos até kits de alimentação saudável.
“Historicamente nós temos um sistema de saúde que trabalha de forma totalmente segregada – os dados de planos de saúde ficam nas operadoras, de ocupacional nas clínicas, gestão de crônicos em outro lugar, e isso gera uma dificuldade de gerenciar a saúde como um todo. Então construímos uma plataforma com característica de marketplace para ser uma grande integradora de dados e transformar isso em ações cada vez mais preventivas. Com o passar do tempo, conseguimos identificar algoritmos preditivos para entender comportamentos e agir com antecedência”, afirma o Dr. Eduardo Oliveira, CEO da Saúde iD.
Na prática, diversos players do mercado ligados à Saúde iD terão os dados registrados em um só lugar. Assim, um paciente que procurar o atendimento médico terá todas as informações registradas na plataforma e um atendimento contínuo, além do acesso a todos os serviços necessários. Dr. Eduardo dá um exemplo de como se daria a jornada: “Na consulta, o médico chegou na hipótese de diagnóstico de diabetes e pede o exame. Com o sistema integrado, o laboratório vai até a casa do paciente para coletar o exame e o resultado sobe automaticamente no prontuário eletrônico. O médico vê o resultado, marca uma nova consulta e prescreve a medicação. Ainda na plataforma, o paciente pode pedir a medicação na farmácia e receber em casa. Seguindo o paciente, a gente acredita que ele precisa de uma nutricionista, então indicamos uma para ele. Com o cardápio em mãos, oferecemos uma empresa de alimentação que monte porções como ele precisa, e ele pode consumir e receber em casa”.
A experiência personalizada ainda pode ir além. Uma parceria com a startup israelense Sweetch, especializada em prevenção e gerenciamento de doenças crônicas, permitirá traçar o perfil de cada paciente e mostrar qual é a melhor forma de se comunicar com ele. Para Eduardo essa aproximação é muito importante, já que metade dos pacientes crônicos acabam optando por não tratar a doença. Melhor orientados, eles podem aceitar o tratamento, evitar problemas futuros e diminuir as taxas de internação, por exemplo.
Saúde mais acessível
Com operadoras de saúde, empresas, médicos e os próprios indivíduos como principais atores, a Saúde iD oferece soluções para cada um. O resultado deve ser um uso mais racional dos recursos e uma melhor gestão da saúde, ajudando a diminuir a curva de reajuste de inflação médica – que, em 2019, por exemplo, foi de 16%, quatro vezes a inflação oficial do Brasil.
“Hoje 70% da utilização de pronto-socorro é de forma indevida. Com o histórico de dados conseguimos entender as dores da empresa em relação à gestão da carteira, trazer um cronograma de ações para atuar e integrar os diversos players que as empresas precisam contratar hoje para ofertar. Conseguimos ver se está tendo muitos casos de internação e agir em cima disso, se a demanda de cirurgia de coluna está alta e propor ações. Através de dados a gente tem a capacidade de identificar e propor para as empresas ações que a gente consegue implementar, mensurar e acompanhar para que ela mantenha o benefício saúde por um período maior e mais sustentável, para ela e para o mercado”, explica o CEO da Saúde iD.
Três fases
O crescimento da Saúde iD se dará em três fases. A primeira começa com a gestão de 7 milhões de vidas – 4 milhões vindas da SantéCorp e 3 milhões do Grupo Fleury. Entre os serviços prestados estarão atenção primária, Cuidado Integrado para Empresas, coleta domiciliar, e vários outros. Também acontecerá a inclusão das empresas Prontmed, uma das maiores provedoras de prontuários eletrônicos do Brasil, e da Sweetch, na plataforma.
A segunda e terceira fases têm como principal objetivo trazer novos parceiros de diferentes ramos – drogarias, hospitais, profissionais de saúde -, oferecer novas ofertas para os indivíduos e estimular a multiplicação de transações entre esses diferentes participantes para gerar um efeito positivo de rede e trazer, de fato, todos os benefícios esperados para o sistema de saúde brasileiro.