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A mobilidade urbana no conceito das Cidades 15 minutos

A mobilidade urbana no conceito das Cidades 15 minutos

Os bairros ganham destaque nessa ideia de mobilidade impulsionada pelo home office e por uma locomoção limpa, seja por bicicleta ou a pé

Já imaginou que sonho seria poder se locomover pela cidade para fazer qualquer tarefa em um período de tempo de até 15 minutos? Pois esse conceito de mobilidade existe e é chamado de Cidades 15 minutos. Com a pandemia de Covid-19, ele passou a ganhar mais atenção em alguns lugares do mundo, como Barcelona e Paris. Afinal, evitando deslocamento em massa de pessoas evita-se também, entre outras coisas, maiores chances de contaminação por este ou qualquer outro vírus. Isso sem falar na melhora imediata da qualidade de vida e da diminuição da poluição atmosférica.

“Também chamadas de ‘Smart Cities‘, esses seriam lugares onde se é possível viver, comprar, dispor de serviços, estudar, trabalhar e ter lazer a uma distância de 15 minutos a pé ou de bicicleta a partir da própria residência”, explica Leonardo Freitas, um expert no assunto. Com o tema aparecendo em mais e mais conversas e conteúdos sobre tendências e sustentabilidade, consultamos Leonardo, especialista em imigração, CEO e fundador da HAYMAN-WOODWARD, empresa que trata de mobilidade global. Para ele, o tema “La ville du quart d’heure” (ou “A cidade de um quarto de hora”), “almeja a qualidade de vida do cidadão por meio de um desenvolvimento tecnológico urbano”.

Leonardo Freitas explica que o conceito está dentro daquele criado pelo professor e cientista franco-colombiano Carlos Moreno, que desde 2008 defende que as cidades sejam mais “inteligentes”. Desde 2015, Moreno trabalha como conselheiro de mobilidade em Paris e, por isso mesmo, a capital francesa está entre as que aproveitam as alterações de vida trazidas pelo novo coronavírus para estudar como fazer para que a locomoção e o aproveitamento urbano seja melhorado.

“As Cidades 15 minutos trazem, sem dúvida nenhuma, qualidade de vida. A diminuição das emissões de carbono, o aumento da convivência entre vizinhos, o ganho de tempo de deslocamento de um pai ou de uma mãe são alguns dos benefícios que podemos obter adotando esse sistema”, explica Leonardo. E fatores como a chegada (para ficar) do trabalho remoto podem favorecer para que essa maneira de gerenciar a mobilidade venha para ficar.

“Por conta da pandemia, vemos que as pessoas passaram a se deslocar menos de suas residências, preferindo acessar serviços vizinhos a ter que sair com carros e transportes públicos. Hoje, com a tecnologia que existe a nosso dispor, vemos que o home office é uma realidade que persistirá”, reforça ele.

Leia também: Como a Geração Z está mudando a relação com a mobilidade urbana 

Economia e mobilidade positiva

Leonardo Freitas levanta outro fator pelo qual é interessante olhar para o conceito de Cidades 15 minutos com mais atenção: o econômico. Menos deslocamento significa mais tempo ganho tanto por parte das empresas, quanto por parte das pessoas. E tempo desde sempre é dinheiro: “Grandes corporações como Google e Apple enxergaram os benefícios de ter colaboradores localizados em diversos pontos de uma região. Para as pessoas, isso significa mais oportunidades e tempo para explorar as cercanias; para as empresas, economia e versatilidade”.

A obrigatoriedade do confinamento também faz alguns hábitos ganharem mais valor, como a caminhada no bairro, ir a pé até a padaria, atitudes simples, mas que por várias semanas foi o verdadeiro “ouro” de quem estava a maior parte do tempo em quarentena.

“Aquela simples caminhada na praia passou a ter um significado de liberdade. O confinamento social despertou novas formas de mobilidade positivas, com criação (ou melhoria) de ciclovias em cidades, áreas maiores para pedestres e descobrimento por parte da população de ambientes ao ar livre que eram desprezados. Muitas cidades como Milão, Vancouver e Nova York adaptaram as vias de acesso à nova realidade”, conta o expert.

É possível no Brasil?

Há quem possa imaginar que em solo brasileiro esse conceito de reforçar a circulação nos bairros não possa ser aplicado, principalmente em cidades enormes como é o caso de São Paulo. Será que a lógica da Cidade 15 minutos pode funcionar? “É um desafio, mas não é impossível implementar. A realidade brasileira é complexa e o deslocamento pendular em um dia normal de trabalho é um problema que exige uma dose de boa vontade de empresas, pessoas e governo”, explica ele.

Iniciativas que vão por esse caminho já foram apontadas por alguns gestores municipais que passaram pela prefeitura paulistana, mas nada avançou muito. São Paulo continua sendo uma das recordistas de trânsito na América Latina e muitas vezes as ruas e calçadas estão em péssimas condições (quando não inexistem). “Esse é um momento de transformação. Transformação das relações pessoais e das relações das pessoas com o meio ambiente. Na minha opinião é uma oportunidade única para que sejam implementadas medidas que visem a melhora na qualidade de vida dos cidadãos. Mas, uma vez mais, não depende apenas de uma esfera da sociedade”, afirma Leonardo.

Para o urbanista Carlos Moreno, a pandemia de Covid-19 fez com que a implementação das  Cidades 15 minutos se mostrasse ainda mais acertada. Em entrevista ao jornal português “O Expresso”, ele alerta que este é o caminho do presente e do futuro: “A melhor mobilidade é mais reduzida, opcional, descarbonizada, feita a pé ou de bicicleta. Para isso é preciso que as pessoas tenham ao seu alcance as funções essenciais: habitação, trabalho, aquisição de bens, saúde, educação e distração. Mas nas cidades modernas há uma separação espacial dessas funções”, disse ele. Está aí mais uma estrutura que precisamos mudar. Com ou sem vírus.


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