Os drones estão entre as tecnologias para 2021, de acordo com a PwC Brasil. E já podemos ver o uso de drones na prática: o Google está testando a tecnologia para combater incêndios, a startup americana Zipline pretende usar a tecnologia para entregar vacinas da Covid-19 e o iFood estuda usá-la para o delivery.
A pandemia criou uma oportunidade para novas tecnologias, e o que antes era apenas uma projeção, foi acelerado com a adoção de ferramentas tecnológicas a fim de facilitar serviços, comunicação e entregas. Para tal, o uso de drones tem sido apontado como uma forte tendência para inovação em diversos setores.
O uso de drones no Brasil
Muito além do uso recreativo, a utilização de drones no Brasil ganhou mais espaço a partir de sua regulamentação na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), em 2017. Com a segurança jurídica proporcionada pelas medidas de regulamentação, o setor obteve grande impulso de investimentos.
Até o fim do ano passado, segundo dados da própria Anac, haviam mais de 79 mil drones cadastrados na agência. Desse total, 31.270 eram de uso profissional. Já em janeiro do mesmo ano, havia o registro de 25.552 unidades, demonstrando um crescimento de cerca de 25% na classificação profissional em apenas um ano.
Players do mercado estimam que as maiores oportunidades para quem investe neste mercado nacional estão na área da engenharia (que engloba serviços de infraestrutura, agricultura e mineração), dada a vasta extensão territorial, a alta demanda nas produções agrícolas, o grande volume de extração mineral e o potencial de projetos em construção.
Contudo, os usos podem ser os mais diversos. De coberturas de eventos, passando pelo marketing imobiliário, até iniciativas mais complexas, como inspeções e monitoramento de obras.
Como pode funcionar?
Um exemplo divulgado recentemente no Brasil foi o do aplicativo iFood, que obteve autorização da Anac para efetuar voos com drones e testar novas formas de agilizar o delivery de alimentos.
Por meio de drones são realizadas entregas, inicialmente, de forma híbrida em um shopping. A rota do drone, num primeiro momento, é curta: cerca de 400 metros entre a praça de alimentação e o centro de distribuição do aplicativo que fica dentro do mesmo shopping. É a partir desse local que os entregadores assumem a conclusão da remessa.
Segundo a empresa, o percurso que duraria cerca de 12 minutos é realizado numa média de 2 minutos. A experiência, que está sendo realizada na cidade de Campinas, interior de São Paulo, ainda é recente. A ampliação para outras localidades nesta cidade e em outras pelo Brasil dependerá dos resultados obtidos nessa primeira experiência.
Exemplos nos mais diversos setores
A MRV, maior construtora da América Latina, vem usando os drones nos últimos anos para supervisionar suas obras, checando a alocação de estacas, muros de arrimo, localização do terreno e posição de blocos, além de planejamento de logística de canteiro.
Já a Votorantim Cimentos encontrou nos drones uma ferramenta de gerenciamento dos estoques de matérias-primas para fabricação de cimento e outros itens para a construção civil, gerando imagens tridimensionais que permitem a medição do volume automatizado, com maior precisão e agilidade. Equipes de topografia convencional levavam de duas a três horas para fazer esse trabalho, que agora leva alguns minutos.
Na Suzano, empresa de papel e celulose, drones são utilizados para mapear propriedades rurais para analisar a viabilidade de uma determinada área, por exemplo onde será necessário construir estradas e onde será feita a preservação de reserva legal. Além disso, técnicos monitoram por meio de imagens os pontos de biomassa e como será feito o controle de ervas daninhas.
Nas gigantes internacionais, também não faltam exemplos do uso do equipamento. No Walmart, maior varejista americana, os drones agilizam a reposição de estoque. A Amazon, sua maior concorrente, investe nas aeronaves para entrega através do serviço Prime Air. A empresa já realizou testes bem sucedidos e obteve, em setembro de 2020, a autorização da Federal Aviation Administration (FAA – o órgão que regula a aviação nos Estados Unidos) para fazer entregas como uma “transportadora aérea”.
Na Apple, os drones são utilizados para aprimoramento de imagens vindas do monitoramento aéreo e que abastecem, em tempo real, os sistemas de geolocalização e mapas da empresa. Com isso, a precisão dos mapas do sistema iOS é ampliada e traz mais confiabilidade aos usuários.
Já a Intel investe nas aeronaves para o entretenimento. A empresa utilizou o equipamento em eventos como o Super Bowl, assim como em parte da cerimônia de abertura das Olimpíadas de Inverno de 2018, na Coreia do Sul, com um grande show de luzes.
A expansão da utilização dos drones na vida cotidiana deverá apresentar algumas novas demandas e questionamentos, tais como riscos à segurança dos cidadãos, impactos sociais e ambientais, regulamentações, dentre outros.
E, nos próximos anos, os avanços em robótica e inteligência artificial vão aperfeiçoar ainda mais a tecnologia dos drones, o que permitirá que eles desempenhem tarefas ainda mais variadas.
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