Após um ano de pandemia do novo coronavírus no Brasil, novas condutas estão sendo adotadas e novos cenários estão se desenvolvendo em diferentes setores da vida. Um deles é o âmbito profissional. O trabalho remoto se consolidou e muitas empresas já desenham um escritório híbrido para o pós-pandemia, onde não existirão mais as antigas estações de trabalho. Além disso, o uso de tecnologias dentro das empresas foi impulsionado e promete trazer muitas mudanças.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) Contínua, do IBGE, mostram que, nos próximos 20 anos, 58% dos empregos formais e informais no Brasil poderão ser substituídos por máquinas. Em paralelo, o surgimento de novas ocupações exigirá profissionais mais críticos, analíticos e com um perfil de liderança diferente do que está no mercado há alguns anos.
É o que explica Rogério Bragherolli, especialista em capital humano e empregabilidade da Energy People. “Os modelos de trabalho se transformaram radicalmente e o sucesso deste novo ambiente depende muito da competência da liderança para poder realizar as mudanças necessárias. Os critérios de previsibilidade e planejamento são cada vez mais complexos e nebulosos, por isso faz-se necessário buscar nas lideranças profissionais que trabalhem em modelos ágeis, remotos, de rápido aprendizado, com conectividade, qualidade, digitalizado e automatizado, fazendo mais com menos e, ao mesmo tempo, mais humanizado e diverso. A tarefa não é fácil, mas é imprescindível para a sobrevivência dos negócios no futuro.”
Principais características do líder ideal
Apesar de as competências técnicas ainda serem importantes, outros características ganham importância na valorização de um profissional no pós-pandemia. O líder flexível, criativo, que interage bem com a equipe e se preocupa com a saúde, bem-estar e segurança dos colaboradores ganha vantagem no mercado.
Rogério Bragherolli explica o que se espera de um profissional atualmente. Confira.
1. Humanização
“A empatia, a capacidade de se colocar no lugar do outro, lidar com a dor, com o sentimento, com as necessidades dos outros, é fundamental. Cada vez mais, o saber ouvir, dar e receber feedback de maneira construtiva, tem uma importância essencial na liderança. Desenvolver a humanização exige sensibilidade, humildade e desprendimento pessoal”, diz o especialista.
2. Inteligência emocional
Diretamente relacionada com a humanização, a inteligência emocional caracteriza uma pessoa que possui controle psicológico, autoconhecimento e sabe agir nos momentos mais difíceis com tranquilidade.
“As pessoas estão ficando doentes. Os líderes com inteligência emocional vão ajudar – e muito – a lidar com as mudanças conectando as pessoas e as equipes de um jeito profundo e direto, estimulando as reações e interações desejadas”, explica Rogério.
3. Resiliência
A habilidade de persistir nos momentos difíceis e manter a esperança e o espírito positivo é uma das principais qualidades que as empresas procuram em um colaborador em tempos de pandemia. “Líderes resilientes são aqueles que passaram por adversidades e sempre acham força para se reerguer e erguer os seus liderados. Eles têm uma energia contagiante, demonstração de força e determinação”, conta Bragherolli.
Para o especialista, as três características básicas de um líder resiliente são: aceitar calmamente as realidades difíceis; encontrar sentido e oportunidades em épocas complicadas; e ter uma grande capacidade de improvisar usando o que tem disponível.
4. Flexibilidade, capacidade de mudança e aprendizado
O novo cenário mercadológico trazido pela pandemia exige flexibilidade e inovação por parte das empresas, e os funcionários precisam acompanhar isso.
“A capacidade de aprender coisas novas no curto espaço de tempo e experimentá-las através de um sistema ágil é o novo diferencial das empresas do novo normal. Por consequência, aprender, reaprender e ensinar, criando novos modelos de trabalho, é uma das competências essenciais para os líderes da atualidade”, diz o especialista.
5. Trabalho digital e remoto
A forma de trabalhar nunca mais será a mesma de antes da pandemia. Mesmo com a retomada, o escritório do futuro deve ser híbrido, ou seja, uma junção do trabalho presencial com o remoto. O líder que se adaptar a esse cenário, souber usar as ferramentas digitais com louvor e conseguir se comunicar com a equipe e manter a qualidade das entregas de forma remota sai na frente.
Resultados na prática
O grande desafio de uma empresa atualmente é estar preparada para entender as mudanças de comportamento do mercado e inovar de acordo com as tendências que se mostram. Com a rapidez das alterações, ter uma equipe que trabalha unida e consegue se dedicar ao que realmente importa com as ferramentas que tem disponíveis, se torna essencial para bons resultados.
Decisões rápidas, certeiras e a mentalidade de transformar ameaças e oportunidades é o que vai ditar os negócios que terão espaço no futuro próximo.
“Cada vez mais, o fator humano será vital. No final do dia, o que realmente faz a diferença nas empresas são as suas pessoas. Sem estas competências, neste novo momento, a liderança não conseguirá construir de forma rápida e eficiente uma sinergia entre a força de trabalho e as novas tendências”, finaliza Rogério.
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