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Gerenciamento de risco: prática ganha força durante pandemia e exige atenção

Gerenciamento de risco: prática ganha força durante pandemia e exige atenção

Cenários incertos pedem mais transparência e controle do que está sendo feito dentro da empresa, apontam especialistas

Fazer um bom gerenciamento de risco da empresa traz muito mais benefícios do que ajustar expectativas e organizar recursos. Isso porque esse tema está cada vez mais atrelado com a imagem da empresa para seus diferentes públicos, beneficiando inúmeros aspectos.

Porém, apesar de já ser um conceito antigo, momentos de crise como o trazido pela pandemia de coronavírus colocam ainda mais importância nesse processo. Veja o que especialistas do assunto indicam para realizar um bom gerenciamento de risco no cenário atual.

A importância do gerenciamento de risco

Saber realizar um bom gerenciamento de risco sempre foi essencial. É, inclusive, elementos analisados em auditorias empresariais. Entretanto, o tema ganha cada vez mais destaque tanto por conta da situação da pandemia de coronavírus quanto pela ascensão dos chamados valores ESG.

A sigla ESG vem do inglês Environment, Social and Governance, em português, Ambiental, Social e Governança. São pilares e valores que uma empresa desenvolve em busca de criar, a partir da governança, uma melhor relação com o meio ambiente e a sociedade.

Ou seja, a partir desses valores, busca tornar-se uma empresa mais sustentável (em diversos sentidos) e fazer diferença positiva na sociedade. E tudo isso é impulsionado pelas próprias pessoas, que passaram a cobrar mais esse posicionamento.

ESG e o gerenciamento de risco

Definir esses valores tem tudo a ver com gerenciamento de risco. É o que explica Marcos Rodrigues, sócio da MRD Consulting, empresa especializada em gestão.

“Os três pilares de ESG estão totalmente envolvidos com a gestão de riscos da empresa. Governança é como a empresa se organiza e como as áreas estão relacionadas em todas as atividades. O Social é como as pessoas são tratadas dentro da empresa. E ambiental são os riscos relacionados à operação da empresa, levando em conta que pode acabar poluindo, causando desmatamento, levar a algum tipo de contaminação, etc. A ESG está totalmente dentro da agenda de gestão de riscos”, diz.

De acordo com o especialista, uma boa gestão de risco contribui para todos esses valores, como avaliação de risco financeiro, perda de imagem, socioambiental, relação com acionistas, entre outros pontos. “Consequentemente, uma empresa que tem uma gestão de risco adequada tende a ter menos perdas, ganha em efetividade e produtividade e aumenta seus resultados”, explica

Indo além do ESG

Apesar desses valores estarem norteando as decisões atuais, não é apenas por causa deles que o gerenciamento de risco se mostra importante. Saber avaliar quais são os pontos críticos dentro da governança de uma empresa traz inúmeros benefícios, como uma maior facilidade de elaborar estratégias.

Além disso, também é possível ter mais transparência (com o público interno e externo), além de melhorar as relações no ambiente de trabalho e criar propósitos muito mais fortes entre as pessoas que cercam a empresa.

“Uma boa gestão de risco reduz o risco de crédito da empresa e, por conseguinte, aumenta sua capacidade de crédito a juros menores junto a bancos e instituições financeiras. Ao mesmo tempo, ajuda a impulsionar investimentos para crescimento do negócio, sejam internos ou a partir de investidores ou parceiros externos, resultando em um maior valor de mercado da empresa”, aponta Marcos Rodrigues.

Gerenciamento de risco na pandemia

Outro fator que trouxe o tema de gerenciamento de risco à tona foi a pandemia. Em momentos de incerteza, essa gestão se mostra ainda mais importante para que sejam traçadas estratégias corretas e que tragam resultados.

Para Thiago Burgers, sócio-diretor da Play Studio, consultoria de inovação e venture builder, “O que a gente vive hoje torna as incertezas e os riscos maiores que nunca. Vivemos em um mundo e um mercado muito mais complexo do que foi no passado. Temos uma concorrência e competitividade muito maiores, sem contar com a instabilidade econômica vivida atualmente”.

Marcos Rodrigues acrescenta que, uma sociedade mais volátil, principalmente em relação a pandemia, salienta ainda mais a importância da gestão de risco, mas empresas acostumadas a exercerem essa análise conseguem se sair melhor por já saberem da importância desse setor.

Ou seja, ter até mesmo um setor destinado apenas ao gerenciamento de risco é uma ideia que traz benefícios em qualquer cenário, seja de crise ou não. Por isso, vale a pena investir na área dentro da empresa, capacitando profissionais e investindo em tecnologia.

Como pensar o gerenciamento de risco para sua empresa

O gerenciamento de risco não é uma análise fácil de ser feita, por isso é interessante ter uma pessoa especializada no trabalho ou contratar empresas que fazem essa avaliação de acordo com critérios exigidos pelas legislações e esperados pelo consumidor.

Mas, para se ter uma ideia, João Castro, sócio da BR Rating, especializada em análise de governança, explica que, de início, é interessante estruturar uma matriz de riscos ESG, mensurados de acordo com o impacto ao negócio e probabilidade de ocorrência.

“Essa matriz deve ser continuamente monitorada e atualizada, com visão prospectiva. A partir dessa base, a empresa deve formular e executar iniciativas de mitigação de riscos, no contexto de um sistema integrado de gestão de riscos, a ser revisado e aprovado trimestralmente (idealmente) pelo Conselho de Administração”, explica o especialista.

Depois de analisar e traçar estratégias de solução para cada um dos riscos, é preciso acompanhar o andamento desse processo, sem esquecer de retomar a avaliação sempre que necessário.

Além disso, em momentos de grandes mudanças como a pandemia, é preciso que esse acompanhamento seja feito de forma ainda mais completa e aprofundada.

“Empresas com melhores práticas de Governança asseguram informações financeiras e não-financeiras mais confiáveis e transparentes, têm menor propensão à corrupção e também asseguram a efetividade de boas práticas de ESG como um todo”, destaca João Castro.

Usando a tecnologia a seu favor

A tecnologia tem trazido diversas facilidades para o mundo dos negócios, incluindo o gerenciamento de riscos. A partir da análise de dados feita de forma automatizada, fica muito mais fácil enxergar quais são, de fato, os riscos.

Afinal, dados numéricos precisos tornam a avaliação menos subjetiva e trazem uma base de dados para comparação muito importante no caso da gestão de risco.

Para o especialista em governança, as tecnologias analíticas podem ajudar na coleta de dados ESG, que são multifacetados e proveniente de diversas fontes, desde informações financeiras, composição e perfis de conselheiros, até dados de emissões de gases de efeito estufa e poluição.

“Além disso, a tecnologia permite extrair insights de uma grande massa de dados. A partir de uma base de muitas empresas de um mesmo setor, as ferramentas de analytics e inteligência artificial permitem não apenas fazer comparações entre as empresas em relação a determinados atributos, mas também fazer análises preditivas relevantes ao negócio no tocante a critérios ESG”, explica João Castro.

O gerenciamento de risco é assunto antigo, claro, mas vem ganhando um espaço na sociedade por parte do público, que vem cobrando posturas mais éticas e preocupadas com meio ambiente e questões sociais. “Está ganhando atenção esse movimento por maior transparência na gestão, gerando, como consequência, essa maior atenção com o que é feito para minimizar riscos”, finaliza Thiago Burgers. É preciso estar atento ao que é esperado das empresas atualmente em todos os âmbitos.


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