O primeiro trimestre de 2021 tem visto a proliferação de estudos e mais estudos sobre os comportamentos dos consumidores desde o início da pandemia. Mas quais tendências de consumo do ano passado se estendem e interessam aos empresários de PMEs?
Pensando nisso, a agência SA365 se propôs a elaborar uma pesquisa a partir de quatro grandes tendências de consumo e cruzar informações fornecidas pelos principais relatórios de mercado, como o material Global Marketing Trends Consumer Pulse, da Deloitte.
“Entendemos que a resposta poderia estar no que as pessoas buscaram, compraram e experimentaram em 2020, nos indicativos do que iria moldar o comportamento para 2021 e além”, comenta Viviane Ito, head de insights e estratégias da SA365.
Assim, tendo em vista as megatendências “empatia tecnológica”, “entretenimento remoto”, “escritório híbrido” e “eu protagonista”, o estudo “Trends: Comportamento do Consumidor 2021” analisou o que mudou no comportamento do consumidor brasileiro após um ano de pandemia e trouxe percepções que podem impulsionar novas oportunidades de negócios para pequenas e médias empresas.
Confira seis tendências do estudo:
1. Maior popularidade e reinvenção do QR Code
De live streaming a cardápios virtuais seguros, o QR Code viu sua reinvenção em 2020 e permanece em 2021. As buscas pelo termo cresceram 170% em 2020, e quase metade dos brasileiros com smartphone já realizaram pagamentos por meio desta tecnologia.
Bares e restaurantes têm buscado a alternativa que evita contato com menus, e a alta na procura do segmento fez com que o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) montasse tutoriais com indicações de empresas que são especializadas na disponibilização deste serviço.
2. Aumento da digitalização e de tecnologias acessíveis
Como esperado, tecnologias que colocam as pessoas em rede ou trazem conveniência e agilidade nos serviços tiveram forte alta.
O estudo indica que as buscas por tecnologias acessíveis aumentaram 170% em 2020, com games em grupo, streaming de jogos, filtros para stories e virtual try-on (experimentação virtual) para marcas ganhando força.
Os pagamentos virtuais foram outra tendência impulsionada pela pandemia e devem continuar. O Pix, por exemplo, ajudou empreendedores a organizarem o caixa, trazendo movimentação de capital e facilitando as contas.
3. Instrução ganha prioridade aos brasileiros em 2021
O isolamento e mais tempo em casa fizeram com que os brasileiros olhassem mais para sua formação profissional. De acordo com o estudo, isso também deve se manter em 2021.
De acordo com o Google Trends, houve um aumento de 19% nas buscas relacionadas aos termos “cursos online grátis” no ano passado. Design de sobrancelha, design gráfico, costura, depilação e mecânica automotiva também tiveram alta procura no buscador.
Dados do Sebrae reforçam os achados do Google, já que o número de participantes de cursos oferecidos até julho de 2020 supera o período de 2019. Ao todo, foram 1,5 milhão de pessoas inscritas em seus cursos até o primeiro semestre do ano passado, cerca de 400 mil a mais que em 2019.
4. Aumento na procura de vagas no formato home office
As buscas por vagas home office foram dez vezes maiores nos três primeiros meses de 2021 em comparação com o mesmo período de 2020.
Segundo o estudo, a descentralização do trabalho abriu espaços para a busca de plataformas independentes que ajudem as empresas na gestão de projetos de forma remota e na administração da nova configuração em termos de estrutura.
“Esse aumento das vagas de trabalho remoto propiciou a criação de iniciativas que conectam profissional e empregador. Plataformas digitais de vagas voltada para o público feminino também ganharam destaque no período, disponibilizando cursos, capacitações e mentorias para ajudar na formação de candidatas”, aponta o estudo.
5. Destaque para consumo responsável e caseiro
Outra tendência definitiva é o consumidor no comando das decisões de compra. Estar dentro de casa fez com que as pessoas apostem em produções próprias, seja para manter a segurança da saúde e não sair de casa, ou apenas como passatempo.
O estudo indica um aumento de 70% nas buscas do Google para “como fazer mudas de plantas”, por exemplo, e enfatiza que grupos no Facebook para pais de crianças em idade escolar, ensino em casa, jardinagem, programas de TV e receitas também aumentaram.
O estudo chama a atenção da jardinagem como oportunidade de negócios ao pequeno empresário e PMEs. Segundo a análise, jardinagem se tornou negócio para muitas empresas, como é o caso de serviços de comercialização e entrega de plantas de pequeno porte. Há empresas que oferecem também consultoria do cultivo das melhores espécies para cada cliente.
6. Autocuidado e bem-estar
As análises do estudo reforçam uma preocupação com cuidados estéticos, alinhada à busca por bem-estar físico e mental e aos cuidados pessoais. De acordo com a pesquisa, o crescimento das buscas no segmento de cuidados com a pele, mãos, pés e unhas foi de 143% em 2020.
Esta é outra tendência que se mantém e gera oportunidades aos negócios menores. De acordo com o Sebrae, salões de beleza de médio e pequeno porte têm trazido dicas para clientes manterem os cuidados com unhas e cabelos durante a pandemia.
O estudo frisa que o interesse do consumidor pelo autocuidado também teve impacto no setor, uma vez que as vendas da La Roche Posay e Vichy cresceram aproximadamente 395% por meio de plataformas por assinatura, aponta o estudo.
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