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Segredos para desenvolver aplicativos que façam sentido para o consumidor

Segredos para desenvolver aplicativos que façam sentido para o consumidor

Os brasileiros estão entre os maiores usuários de aplicativos do mundo, mas mantê-los satisfeitos com os apps requer cuidados com UX e conexão com os objetivos da empresa

Quantos apps você tem no seu smartphone? Com certeza, algumas dezenas, não é? Agora responda com sinceridade, quantos você realmente usa diariamente? É muito possível que o número não chegue a uma dúzia e essa diferença é o que torna desenvolver aplicativos um desafio para profissionais e empresas.

Ao mesmo tempo em que são muito baixados, os apps também são descartados com facilidade caso não ofereçam uma experiência positiva muito rápido para o usuário. É o que aponta o relatório The uninstall threat – 2020 uninstall benchmarks, da AppsFlyer.

Segundo o estudo, que contabilizou oito bilhões de instalações entre janeiro e novembro de 2020, em vários países, 53% dos apps foram removidos em até 30 dias depois do download. Em 45% dos casos, a desinstalação aconteceu ainda nas primeiras 24 horas.

Para Rafael Moris, CEO e co-fundador da Joinkey, utilidade e interatividade constante são fatores importantes para que a pessoa não desista de um aplicativo. “Sempre que um usuário pensar em limpar seu celular ou remover algum app para liberar espaço a tomada de decisão será com base na utilidade, normalmente não removemos um aplicativo de banco por exemplo, por mais que usemos apenas uma ou duas vezes por mês”, explica.

“A interatividade por meio de notificações pode ser um ótimo auxiliar na sensação de utilidade e assim manter o interesse dos clientes mesmo quando eles precisam decidir entre conservar o app da sua empresa ou salvar mais um meme”, afirma o executivo.

Por que desenvolver aplicativos é tão interessante?

A criação do aplicativo como solução para melhorar a experiência do usuário (UX) mudou a forma como as pessoas se comportam no ambiente digital, principalmente por conta da popularização dos telefones celulares e o posterior surgimento dos smartphones. Os serviços ficaram mais acessíveis e simples e o contato com as marcas, mais próximo.

O Brasil é um dos maiores mercados de aplicativos do mundo. O número de apps para mobile baixados no ano passado no País, por exemplo, chegou a 10,1 bilhões, de acordo com o relatório Digital 2021, da We Are Social em parceria com o Hootsuite.

Com 96,3% da população conectada via mobile – cerca de 205 milhões de pessoas – o Brasil só perde para a Indonésia no ranking do número de horas diárias gastas com aplicativos por pessoa. Segundo o relatório The State of Mobile 2021, da plataforma App Annie, os brasileiros passaram quase 5 horas por dia utilizando apps em 2020.

Os aplicativos para mobile são usados para troca de mensagens por 97,6% dos brasileiros; para contato em redes sociais, por 98,2%; visualização de vídeos, por 92,4%; e para a compra, por 79,4% dos usuários, aponta o relatório Digital 2021.

Uso de aplicativos por categoria no Brasil. Fonte: Digital 2021 – We Are Social/ Hootsuite

Os números sugerem que colocar um aplicativo no mercado nacional é uma estratégia com bom potencial de retorno, mas como a concorrência é grande, é importante que a empresa tenha um objetivo claro para o uso da tecnologia e atenda a expectativa do consumidor. Caso contrário, a desinstalação é certa.

Aplicativo, antes de tudo, deve fazer sentido para o negócio

O primeiro passo para criar um aplicativo que não seja facilmente desinstalado, é entender que o produto final que estará na tela do usuário é resultado de um longo processo de criação que reúne tecnologia, profissionais de diferentes áreas e – antes de tudo – respeita um modelo de negócio.

O engenheiro de computação Leonardo Dominguez Dias, diretor da Evo Systems, lembra que o aplicativo deve trazer algum retorno, seja este financeiro, de imagem, qualidade de vida ou mesmo social.

“Um projeto de um aplicativo envolve vários passos e diferentes autores organizam essas etapas de diferentes maneiras, mas podemos citar que elas são da ideação, construção da primeira versão, validação do modelo de negócio e escala do modelo. Ou seja, é um problema mais amplo do que somente tecnologia”, diz.

Denis Shirazi, CEO e fundador da startup 20DASH, reforça a importância de a empresa ter um objetivo claro antes de desenvolver o app. “Se o objetivo é que o aplicativo seja algo que entre na rotina do usuário para realização das atividades do dia a dia, como os apps de controle financeiro, delivery, fitness e marketplaces comerciais, faz sentido ter um app que esteja presente no celular das pessoas e tenha chances de ser utilizável”, explica.

Caso a intenção da empresa seja usar o app para divulgar conteúdo ou produtos, o desenvolvimento pode ser perdido ou ter grande chance de entrar na estatística de desinstalações ou esquecimento, na avaliação do executivo.

“Para esses casos, o melhor é utilizar-se de plataformas já consolidadas e com grande número de acessos, como: Facebook, Instagram, Youtube, Vimeo, TikTok, plataformas de podcasts, Medium, ou marketplaces comerciais. Há uma variedade enorme de formatos com públicos já consolidados nos quais o investimento faz mais sentido”, acredita Denis Shirazi.

Shirazi lembra que considerar o potencial de recorrência de uso do software também é importante e cita o exemplo de uma rede de pizzaria que desenvolve um aplicativo próprio para concorrer com os apps de delivery.

“Mesmo que os clientes mais fiéis passem por todas as barreiras para a instalação do aplicativo para aproveitar uma promoção especial ou desconto pontual, algumas semanas depois, sem o mesmo nível de investimento em campanhas para lembrar que o app existe, ele irá cair no esquecimento”, explica.

A ideia de que basta a existência do aplicativo para que ele seja baixado e usado é errônea, segundo Denis Shirazi. “Por isso reforço, para qualquer passo, a primeira pergunta deve ser: qual o meu objetivo com isso; e, a partir daí, traçar a melhor estratégia de acordo com as particularidades de cada área e canal”, afirma.

E para o consumidor?

Não existe uma fórmula pronta para o desenvolvimento de um aplicativo que seja considerado indispensável pelo usuário. Se o produto for útil e proporcionar uma experiência agradável, fácil e sem problemas técnicos as chances são boas.

Rafael Moris diz que uma das regras que sempre utiliza é não tentar “reinventar a roda” para as funções principais do app, mesmo que algumas inovações sejam lindas. “Sempre me pergunto se aquilo irá quebrar a experiência de uso e por consequência frustrar o usuário”, diz.

O CEO e co-fundador da Joinkey conta que em uma das aulas que teve com um especialista em experiência da Apple aprendeu que a simplicidade em diversos aspectos se mostra uma direção muito eficiente. “Simplificar não significa deixar de ser belo e impressionante, mas garante que o cliente entenderá totalmente o produto”, explica.

Segundo Leonardo Dominguez Dias, durante as etapas que criação de um aplicativo é possível utilizar algumas técnicas que permitem projetar a experiência do usuário, monitorá-la e melhorá-la para obter um produto final com mais chances de sucesso.

Algumas dessas técnicas, de acordo com o diretor da Evo Systems, são o design thinking, o customer development, a open innovation e o lean startup – independentemente de o produto ser de uma startup ou de uma empresa já consolidada no mercado. “Todas essas técnicas não trazem soluções, mas sim um método para que se testem hipóteses e alternativas envolvendo um conjunto de pessoas como clientes, funcionários, fornecedores e especialistas e assim se decida por qual das experiências seguir”, ensina.

Para Denis Shirazi, um aplicativo faz sentido para o consumidor quando elimina as barreiras que ele enfrenta para chegar ao que precisa. O CEO da 20DASH acredita que manter um cliente digital hoje em dia custa caro por conta da abundância de concorrentes existentes no mercado.

Assim, para ter destaque, é necessário oferecer uma experiência de qualidade, que construa uma relação de confiança em um curto espaço de tempo, capaz de gerar uma conversão ao propósito do serviço.

“Se neste período existirem barreiras, como a necessidade de instalação de um app, preenchimentos inúteis e que não façam sentido para atender as necessidades do usuário, a perda de possíveis clientes será enorme”, sentencia.


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