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Patagônia lança documentário e traz debate sobre produção de energia limpa em comunidades

Patagônia lança documentário e traz debate sobre produção de energia limpa em comunidades

Marca americana de moda sustentável enfatiza a força de movimentos comunitários para garantir autonomia sobre a energia limpa

O poder de uma comunidade pode ser muito maior do que parece, em especial quando ela se une em prol de algo maior. Foi por meio de iniciativas de comunidade que inúmeras soluções surgiram e se desenvolveram ao longo do tempo. E uma das iniciativas mais recentes — que tem chamado a atenção dos governos mundo afora — está relacionada à energia limpa, feita de cidadãos para cidadãos.

É essa sensação de compartilhamento, contribuição ao meio ambiente e domínio da própria energia que o documentário “We Are the Power” (“Nós somos o poder”), desenvolvido pela Patagonia, marca americana de roupas sustentáveis e equipamentos para esportes, preocupa-se em mostrar.

A produção foca em quatro países — Alemanha, Bélgica, Reino Unido e Espanha — que desenvolveram ações em prol da energia limpa dentro de pequenas comunidades e, ao longo dos anos, foram crescendo e ganhando cada vez mais espaço. O movimento mostra que a simples ação comunitária não deve ser vista como pequena e sim com um importante potencial de mudança, capaz de reverter ações de grandes companhias que dominam o mercado.

A relevância da energia limpa, em especial produzida nas comunidades foi pauta da Cúpula de Líderes sobre o Clima de 2021 — afinal, é preciso ter auxílio público —, que reuniu lideranças de mais de 40 países, incluindo o Brasil.

Nós Somos o Poder: histórias reais de autonomia sobre energia limpa

O documentário traz a história dos quatro países por meio de representantes: Dirk Vansintjan, fundador e presidente da Federação europeia de cooperativas comunitárias de energia REScoop; Sebastian Sladek, filho dos criadores da EWS Schönau, empresa que auxilia a produção de energia limpa e sustentável na Alemanha, Agamemnon Otero, fundador da Repowering London and Energy Garden e Nuri Palmada, membro da comunidade espanhola de energia comunitária Som Energia.

Ao todo, segundo o longa-metragem, um milhão de cidadãos europeus já estão envolvidos no movimento por energia limpa e comunitária, seja como membros, investidores ou consumidores. O documentário mostra estimativas de que, em 2050, esse número aumente para 260 milhões de cidadãos, o que representará pelo menos 45% da eletricidade europeia, fator capaz de promover trabalhos e construir uma comunidade maior e mais unida, também com mais poder para investir nisso.

“Há um confronto, é claro, quando as pessoas começam a fazer a própria energia. Os líderes de grandes companhias de energia perdem renda, e eles obviamente não gostam disso. Lutar contra essas grandes corporações é um dos grandes desafios que todo mundo vai encontrar quando tenta fazer algo similar a uma comunidade cooperativa de energia limpa”, explica Dirk Vansintjan.

As pequenas empresas, desde que estejam alinhadas a esse novo desejo de ter controle sobre a própria energia, começam então a desenvolver um papel importante de suporte às comunidades.

Afinal, será que podemos confiar nas grandes corporações?

“Pergunta interessante. Eu acredito que a resposta seja não”, diz Sebastian Sladek logo no início do documentário. Para ele e seus pais, as grandes companhias perderam a confiança dos cidadãos no momento em que dificultaram o domínio, a produção individual de energia e continuaram a investir em maneiras não sustentáveis.

Quanto à sensação intrínseca de contribuir com o planeta e ao mesmo tempo criar um senso de comunidade, algo que foi bastante impulsionado pela pandemia, o documentário mostra um caso britânico, na cidade Brixton. “No Reino Unido, temos um sistema que foi construído há mais de cem anos, que centraliza energia dentro das grandes corporações. Elas não têm nenhuma responsabilidade com as comunidades individuas, são conglomerados de empresas, donas de tudo. E, a partir disso, as pessoas passavam por dificuldades, presas no dilema entre aquecer a própria casa no inverno ou poder comer: qual dos dois eu consigo pagar?”, explica Agamemnon Otero no documentário.

Esse aspecto mostra o quanto o domínio do consumidor para com o produto é de suma importância, não apenas para que ele sinta que tem controle sobre os próprios gastos de energia, mas para que também se sinta contribuindo com a pauta do meio ambiente. Em Brixton, cada vez mais as comunidades investiram em painéis solares para gerar a própria energia e ter acesso a taxas mais justas. Além da iniciativa contribuir com o meio ambiente e possibilitar que as pessoas pudessem pagar as próprias contas, o dinheiro acumulado entre os prédios formulou melhorias dentro desses pequenos grupos, seja nas escolas ou mesmo na criação de outras ações sustentáveis, como jardins e hortas.

O contexto brasileiro

Hoje, no Brasil, a maior parte da energia (60%) é produzida por meio das hidrelétricas, segundo pesquisa da GNPW. As outras formas de energia limpa são eólica (9%), biomassa (8%), solar (8%) e nuclear (1%). Em comparação com outros países, o caso brasileiro é favorável: 82,9% das fontes energéticas são sustentáveis e limpas. A média global, diz a GNPW, é de 26,7%.

No entanto, casos como os mostrados no documentário são mais raros por aqui. Ainda hoje, a maior parte da energia é privatizada. Isso abre espaço para que as comunidades se desenvolvam para criar a própria energia, especialmente por painéis solares — visto que o Brasil, tropical por essência, tem um ambiente favorável para a produção de energia solar.

As empresas voltadas para produção de energia fotovoltaica têm mostrado que essa realidade aumenta cada vez mais tanto dentro da casa dos brasileiros quanto em empresas, com o intuito não apenas de contribuir para o meio ambiente como também para reduzir as contas. Um levantamento da Associação Brasileiro de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) mostra que, em 2020, houve crescimento de 130% nos sistemas que usam esse tipo de produção de energia.

No fim, quem consome que dita o caminho dos negócios e não o contrário, como costuma se pensar. Cabe às organizações pensar em alternativas que conciliem as ações de empresas — já se sabe que o consumidor está cada vez mais atento à pegada ecológica deixada pelas companhias — às ações comunitárias e que todas elas contribuam para um futuro mais sustentável.


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