Não há nada mais fascinante e novo do mercado financeiro do que as criptomoedas. Elas funcionam como unidades monetárias virtuais utilizadas para realizar pagamentos e transações comerciais e têm chamado atenção pelo potencial de valorização. Investidores, curiosos e também empresas estão cada vez mais investindo em criptomoedas.
O bitcoin, a mais famosa delas, praticamente toda semana consegue uma manchete nos jornais, seja porque um dia é aceita como pagamento pela Tesla ou, no outro, porque deixa de ser aceita. A primeira criptomoeda descentralizada, criada em 2009 por um usuário de pseudônimo Satoshi Nakamoto, teve sua cotação supervalorizada a partir de outubro de 2020 e hoje vale cerca de 45 mil dólares.
Por meio da tecnologia blockchain, o bitcoin pode existir, permitindo a sua distribuição de forma segura, transparente e auditável, porque o sistema permite assegurar o correto funcionamento das normas e compartilhamento de dados entre usuários.
Investir em criptomoedas pode ser lucrativo, mas esse é um mercado volátil que depende de conhecimento para trazer os resultados.
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O que explica a corrida por criptomoedas?
Por ser a primeira criptomoeda criada, o bitcoin é uma das criptomoedas mais conhecidas. Entre 2019 e 2020, a moeda teve uma valorização de mais de 270% em relação ao dólar e 400% em relação ao real.
Contudo, ainda no ano passado, com a instabilidade provocada pela crise do coronavírus, o investimento nesse tipo de moeda apresentou queda de 40% na lucratividade. Mas, diferentemente de outros ativos, a valorização do bitcoin foi rápida e, em abril de 2020, já havia recuperado o prejuízo, apresentando lucratividade acima da Ibovespa, por exemplo.
Isso porque, segundo a Foxbit, corretora brasileira de bitcoin e outras criptomoedas, a cada quatro anos, o número de novos bitcoins criados é reduzido pela metade. E o valor do bitcoin está baseado na lei da oferta e procura. Então, segue a lógica: a produção de bitcoins é limitada, sendo estipulada em aproximadamente 21 milhões de moedas no total.
A procura pela moeda se modifica de acordo com o período e situação do mercado e a valorização ou desvalorização da moeda se dá, também, a partir dessas oscilações.
Esse mecanismo de corte automático garante que as emissões diárias caiam pela metade ao passar do tempo, gerando escassez e sua consequente alta.
Outro ponto é que o dinheiro eletrônico ganhou mais credibilidade quando grandes empresas começaram a investir na criptomoeda, como a Tesla, que revelou em fevereiro deste ano que havia comprado US$ 1,5 bilhão em bitcoin e que logo começaria a aceitar a criptomoeda mais popular do mundo como forma de pagamento.
Esse movimento ajuda a reforçar o valor institucional da moeda, que, apenas um dia após o investimento da montadora chegar à público, deu um salto e chegou aos US$ 44 mil.
Entretanto, ao apresentar o balanço referente ao 1º trimestre de 2021 em abril deste ano, um dos destaques da companhia no período foi a receita de US$ 272 milhões vinda da venda de bitcoins. Segundo o próprio dono da Tesla, Elon Musk, a empresa vendeu 10% de suas participações essencialmente para provar a liquidez do bitcoin como uma alternativa ao dinheiro no balanço patrimonial.
No dia 12 de maio, o empresário deu um passo atrás e, no Twitter, revelou que a empresa deixará de aceitar a moeda como pagamento. “Nós estamos preocupados com o aumento acelerado de combustíveis fósseis para a mineração de bitcoin e suas transações, especialmente carvão, que tem as piores emissões entre todos os combustíveis”, escreveu na rede social.
A declaração fez o valor da moeda despencar, em um movimento natural, como acontece com a Bolsa de Valores. Apesar do posicionamento, Elon Musk afirmou que continua acreditando nas moedas virtuais.
“Criptomoeda é uma boa ideia em muitos níveis, e nós acreditamos que tem um futuro promissor, mas não pode vir a um grande custo para o meio ambiente”, afirmou, garantindo que a empresa não venderia nenhum bitcoin e que continuaria investindo em criptomoedas, principalmente se elas não gastarem tanta energia.
Perspectivas ao longo de 2021: investindo em criptomoedas
O cenário para os investimentos em bitcoin é bastante otimista. Além do fator institucional e da desvalorização monetária, as criptomoedas avançam no setor bancário, trazendo também mais segurança para empresas e investidores. Além de se tornar mais popular.
A Coingoback, por exemplo, é uma startup de cashback em criptomoedas. O programa funciona da seguinte forma: a startup é conveniada com diversas lojas, como Aliexpress, Amazon, Lojas Americanas, Centauro, Uber e muitas outras. Após o cadastro no app, com um clique é possível ativar o cashback em cada compra, e esse dinheiro se torna investimento em bitcoin, ethereum, PAX Gold e outras criptomoedas.
Segundo a startup, se um cliente tivesse investido R$ 100 de cashback em bitcoins em 2017, hoje teria aproximadamente R$10.221,60.
Nos EUA, a JP Morgan, Goldman Sachs e Morgan Stanley, bancos de investimento seculares no país, passaram a recomendar bitcoin para seus clientes. Aliás, no país norte-americano o assunto criptomoedas vem avançando a passos largos.
Os caixas eletrônicos de bitcoin, por exemplo, em que os usuários podem comprar ou vender a moeda digital e em algumas ocasiões retirar dinheiro vivo, começaram a se multiplicar pelos Estados Unidos.
De acordo com o site howmanybitcoinatms.com, mantido por um grupo de pesquisadores acadêmicos e voluntários do MIT, Stanford e outras universidades, existem atualmente 32.305 caixas eletrônicos de bitcoin espalhados pelos EUA.
A popularidade crescente do bitcoin tem sido o principal motivador para novas instalações. Recentemente a Gemini, uma plataforma norte-americana de criptomoedas, anunciou uma parceria com a Mastercard e o WebBank, líder em empréstimos digitais nos EUA, para o lançamento de um cartão de crédito com recompensas em criptomoedas.
Em comunicado, a empresa afirma que a iniciativa é a primeira do tipo e informa que o WebBanks será o banco emissor do cartão. O Gemini Credit Card já atraiu mais de 140 mil pessoas em sua lista de espera, segundo a empresa.
Por aqui, o ano de 2021 caminha para ser de maior volume investido em fintechs focadas em criptomoedas. De acordo com o Distrito, já foram aportado US$ 3,1 milhões apenas em 2021. Os investidores estão atento a esse mercado, e as empresas precisam estar também – mesmo que com cautela.
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