O Extra Hiper está colocando em prática definitiva um reposicionamento testado nos últimos meses. A tradicional marca de hipermercados está oficialmente operando como um hipermercado 2.0 ou uma versão evoluída dos atacarejos. Dado o apelo do consumidor brasileiro por preços nos últimos anos, a concorrência gerou um acotovelamento entre as grandes de atacado e de hipermercados, e agora o Extra Hiper se posiciona como um híbrido entre hipermercado e atacado, conservando as características de hiper e referenciando o atacado.
Mas não, o Extra não virou atacarejo.
“A gente preservou todas as fortalezas de hiper, como oferta de sortimento, jornada de compra agradável, ao passo que trazemos dinâmicas novas. Além disso, estamos em todos os canais que o consumidor quer comprar. É um fundamento importante nosso estar presente de todas as formas ao consumidor brasileiro”, explica o diretor de operações da bandeira Extra Hiper, Lucas Zanon.
De acordo com o executivo, esta iniciativa é um remodelamento da proposta comercial com o intuito de se adequar à realidade econômica do brasileiro, que tem focado cada vez mais em preços nos últimos anos. “Pelo DNA da marca e a economia como está, a gente precisa trazer isso. A gente reduz preço, se adequa ao brasileiro e aplica uma dinâmica transversal de benefícios em cima do volume”, acredita o executivo.
A própria marca já vinha buscando desde julho de 2020 estratégias para oferecer preços ainda mais baixos a partir do maior volume nas compras, mas agora a referência de barateamento é o preço no atacado. As 103 lojas da rede já contam com tags apontando o preço de atacado dos produtos, sendo que 45 já passaram pela reformulação completa, que inclui atualizações de layout e comunicação diferenciada nos pontos de venda. As demais 58 unidades serão migradas por completo até o início do segundo semestre.
As lojas remodeladas apresentam um crescimento de 25% em vendas e 40% em volume. “Os resultados reforçam a atratividade do conceito one-stop-shop, com a melhor solução para comprar tudo em um só lugar, especialmente durante o período de pandemia, com avanços significativos tanto na categoria de alimentos quanto não-alimentos”, complementa o executivo.
O três pilares
Zanon explica que a nova proposta comercial do Extra Hiper se contextualiza no comportamento do consumidor ao longo dos últimos anos.
“Temos o propósito de democratizar o acesso aos alimentos e não-alimentos com força promocional. Nos últimos cinco anos, temos visto uma grande mudança no mercado brasileiro, com o consumidor tendo acesso ao atacado não só com proposta ao público transformador, mas também a quem compra no varejo. Hoje, a maioria dos clientes do atacado são clientes físicos”, frisa o diretor.
Os três pilares da proposta são: mercearia (limpeza, produtos de commodities, salgadinho, chocolate), perecíveis (açougue, peixaria, padaria, frutas e verduras) e não-alimentos (eletro, bazar, têxtil, cama, mesa e banho).
“Trouxemos essa dinâmica de preços para mercearia equalizando nossa oferta de preço com o que o cash and caring (atacado) oferece para o consumidor brasileiro. Antes, por exemplo, um item de mercearia custava 16% a mais do que no atacado. Além disso diminuir, a gente aplicou a dinâmica de desconto de atacado. Nos perecíveis, estamos ofertando serviços com ainda mais amplitude e opções. Nos não-alimentos, estamos com mais especialidade e profundidade nas categorias”, detalha Zanon.
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