Já é claro ao mundo corporativo que trabalhar a experiência do cliente é fundamental para se ter um bom negócio. Afinal, tendo em vista que o consumidor é a estratégia principal, promover a ele uma boa experiência durante sua jornada de compra e relacionamento com a marca faz toda a diferença. Mas o produto a ser comercializado é, por si só, a própria experiência?
No Brasil, desde 2014, a Comic Con Experience (CCXP) vende a ideia de ter uma experiência de cultura pop, com base no evento realizado nos moldes da San Diego Comic-Con. Em seu ano de estreia no Brasil, o evento atraiu 97 mil pessoas — algo bastante próximo da audiência do evento nos Estados Unidos — com um único objetivo: fornecer trazer a experiência épica para reunir fãs, jornalistas e entusiastas de entretenimento.
Falar que a CCXP é grande, no entanto, não é novidade. Em 2019, o evento bateu recorde de maior Comic Con do mundo e reuniu 280 mil pessoas, fator que revelou bastante informação sobre o perfil do consumidor de cultura pop no Brasil. E com algo tão astronomicamente valioso em mãos — visto que o ingresso para o evento não é, nem de longe, acessível —, o mundo dos negócios conclui uma certeza: quando a experiência é trabalhada da maneira correta, ela consegue lotar o São Paulo Expo de pessoas, mesmo que o valor investido seja alto.
Por que a experiência da CCXP encanta?
Apoiado na temática da cultura pop, o evento tem inúmeras oportunidades de fomentar um negócio promissor: trazer grandes nomes do entretenimento, artistas de forma geral, concursos, stands, produtos geeks etc. Mas há algo além da venda que é trabalhado muito bem na CCXP — e não à toa, levou-a ao maior evento de cultura pop do país: o valor da palavra “épico”.
Desde 2014, o evento trabalha a experiência do cliente em todos os aspectos, mesmo antes da entrada no salão da São Paulo Expo. Um exemplo são as sensações transmitidas ao consumidor já na fila de espera, fora do espaço; com tantas pessoas, é inevitável a formação de filas, mas desde lá a CCXP já trabalha o contato visual: conta com banners do evento e com uma música épica — tema de todo o evento — para iniciar a experiência de expectativa. Autofalantes disparam informações e o público de fora consegue ouvir gritos e a empolgação daqueles que estão dentro. Tudo é esquematizado para que a experiência seja, de fato, épica do início ao fim.
Para determinados ingressos, a experiência é ainda maior: houve anos em que algumas credenciais permitiam que o público fosse buscado em casa para assistir ao evento, bem como inúmeros outros benefícios, tudo de forma bastante física. E foi por isso que os criadores do evento se viram em uma rua sem saída quando a pandemia limitou a realização do evento em sua plenitude.
Um ensinamento valioso sobre resiliência
Em 2020, com tantos impedimentos e protocolos de segurança, o evento que tinha tudo para ter seu maior recorde de público teve que ser adiado. Enquanto a maior parte das pessoas já se preparava para ir ao São Paulo Expo em dezembro, a CCXP mostrava que a experiência pode ser proveitosa também no online.
E foi assim que o evento teve sua primeira edição de forma virtual e pretende repeti-lo neste ano, conforme anunciou em coletiva de imprensa na última segunda-feira (13). E a falta do ambiente físico pode ter causado saudades, mas trouxe outras vantagens também, como uma quantidade maior de artistas nos painéis virtuais e grandes nomes do entretenimento.
Esse é um importante ensinamento deixado ao mundo dos negócios: a capacidade de adaptação, a essência humana que transportamos ao mundo corporativo. De fato, a CCXP não teve um público presencial tão grande, mas a adequação ao digital também trouxe frutos. Ano após ano, as empresas se inspiram no evento para trabalhar a experiência do cliente — o que as faz sair na frente, sem exceção.
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