Você já pesquisou sobre o significado da palavra resiliência? Basicamente, é a capacidade de adaptar-se às mudanças. No meio corporativo isso faz uma enorme diferença, podendo determinar o sucesso, a liderança ou mesmo a permanência de uma empresa no mercado. Não por acaso, é uma palavra com semelhanças na escrita, na sonoridade e no significado de outro vocábulo da língua portuguesa: resistência.
Quando pesquisada no dicionário, é possível encontrar definições como “ação ou efeito de resistir, de não ceder nem sucumbir; tendência para suportar dificuldades”. Pois bem, no ambiente corporativo, todos esses significados descrevem uma empresa resiliente: aquela que tem a flexibilidade e a capacidade de adaptação como características presentes em sua gestão.
Com a chegada da pandemia, a resiliência ganhou nova dimensão e assumiu uma importância maior entre as empresas, que precisaram reestruturar o formato de trabalho, incluindo a relação com colaboradores e fornecedores, e principalmente o relacionamento estabelecido com seus clientes.
“Na pandemia, praticamente todas as pessoas tiveram que migrar da noite para o dia para o home office, conciliando trabalho e vida pessoal em um mesmo ambiente. O medo do vírus, os desafios no trabalho, a insegurança pessoal e profissional exigiram mais resiliência para atravessar esse momento. No ambiente corporativo, a resiliência consiste em entender o momento, mostrar mais flexibilidade para atuar em momentos de crise ou mais desafiadores, buscar conhecimento e resultados que sejam bons para a equipe e, consequentemente, para a empresa e seus clientes”, afirma Marcelo Ciasca, CEO da Stefanini Brasil.
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Prova de resistência na gestão das empresas
Muitas empresas só percebem suas fragilidades e a dificuldade de adaptação quando são colocadas diante de adversidades. Nesse sentido, a pandemia de Covid-19 foi uma grande prova de resistência e também um divisor de águas para inúmeras corporações. Principalmente no Brasil, onde os desafios são constantes. “A resiliência é algo que faz parte do autoconhecimento para encontrar maneiras de lidar com as situações difíceis, mantendo o equilíbrio emocional”, acrescenta Ciasca.
Alguns resultados dessa necessidade urgente de adaptação das empresas foram constatados e descritos na pesquisa Building the resilient organization (Construindo uma organização resiliente), feita pela Deloitte, consultoria de negócios reconhecida mundialmente. De acordo com o estudo, antes de 2020, apenas 24% dos líderes se sentiam completamente preparados para enfrentar as dificuldades do mercado e somente 21% se sentiam totalmente confiantes de que seria possível fazer uma adaptação rápida se necessário.
Durante a pandemia, esses números sofreram alterações importantes. Segundo a pesquisa, 34% dos líderes passaram a se considerar preparados para enfrentar as adversidades e 30% afirmaram estar confiantes na resiliência das empresas comandadas por eles. Esses resultados apontam, mesmo que de forma indireta, para a importância de outro elemento nessa equação: o planejamento. “O planejamento deve ocorrer independentemente de uma situação adversa. A empresa que consegue se antecipar aos fatos e adotar medidas preventivas tem muito mais chances de aceitar as mudanças e transformá-las em oportunidades”, afirma o CEO da Stefanini Brasil.
O papel dos colaboradores em uma gestão de resiliência
No início do texto, o significado de algumas palavras foi destacado para deixar o entendimento mais claro. Pois bem, voltemos a invocar o dicionário para falar de um elo importantíssimo nessa corrente corporativa: os colaboradores – ou a parceria formada com eles. Por definição, parceria é uma reunião de indivíduos para alcançar um objetivo comum. Exatamente por isso, ter funcionários resilientes é fundamental para o sucesso de uma empresa.
“As pessoas resilientes têm mais facilidade de transpor obstáculos, por mais complicados que sejam. E ainda, têm mais facilidade de antecipar crises, prevendo-as e se preparando para elas. Considerada uma das principais competências do século 21, a resiliência não é baseada apenas em ações objetivas, mas também em mudanças de comportamento e quebras de paradigmas que poderão contribuir para que a empresa se torne resiliente”, afirma Ciasca.
Por isso, é muito importante que os líderes empresariais também invistam no ambiente colaborativo. Certamente, isso trará bons resultados internos, influenciando inclusive na resposta dos clientes/consumidores. “O ambiente colaborativo incentiva a resiliência na medida em que permite que as pessoas se sintam seguras. É um ambiente em que se pode arriscar e errar. Várias organizações estão em busca de profissionais capazes de administrar situações de conflito e estresse, ao mesmo tempo em que buscam formas de ampliar a produtividade”, observa o executivo.
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Perfil flexível
Nesse jogo corporativo, ter colaboradores com perfil flexível é uma carta muito importante. Por esse motivo, gestores de todas as áreas estão em constante busca por essas pessoas. Segundo Ciasca, pessoas resilientes enfrentam situações difíceis com equilíbrio e serenidade. Tendem a ser mais flexíveis com elas mesmas e com as equipes. A resiliência é uma das características que permitem alcançar altos desempenhos.
Mas então, é possível treinar os colaboradores para serem resilientes? “A resiliência está mais relacionada ao autoconhecimento. A empresa pode orientar, mas é um processo mais pessoal. É a capacidade que a pessoa desenvolve para superar dificuldades, angústias ou estresse com uma visão diferente sobre cada situação. Não existe um manual para ensinar a resiliência, mas caminhos para que os profissionais reflitam sobre o momento e como transformar dificuldades e sentimentos em comportamentos mais flexíveis e resilientes”, ensina o CEO da Stefanini Brasil.
Segundo ele, para desenvolver a resiliência é importante ter consciência de qual é a sua principal busca, focar e valorizar as ações e sentimentos que promovam confiança, dar novos significados às crenças pessoais – ou torná-las menos rígidas – e mudar o comportamento diante de situações que fujam do controle.
“Em um mercado em que CX é a chave, adaptar processos, produtos e canais na visão da experiência é um elemento fundamental para a sobrevivência das empresas. E isso também é resiliência”, define Ciasca.
Segundo o executivo, a resiliência aumenta a capacidade de inovar, e consequentemente, de se destacar no mercado. “Resiliência é a capacidade de se adaptar a situações imprevistas. Inovar tem pela própria natureza da reinvenção o componente da resiliência. Para inovar, devemos aprender a desaprender. Devemos nos jogar a situações que não conhecemos, sempre atentos aos olhares diversos, que nos permitem buscar novas lógicas”, afirma.
*Por Patrícia Suzuki
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