Global Payments Report é um relatório mundial elaborado pela companhia de tecnologia financeira FIS que, desde 2015, identifica e projeta as principais tendências de pagamentos do mercado. Mais do que um estudo, é um guia de orientação para clientes e mercado que traz uma fotografia real sobre meios de pagamentos online e físico.
Em sua 7ª edição, este é o segundo ano realizado no Brasil, sua apresentação oficial aconteceu online na manhã de quinta-feira (10) com a Juan Pablo D´Antiochia, vice-presidente Senior da Worldpay from FIS para a América Latina e a participação de Ronaldo Lemos, advogado e especialista em tecnologia. O evento teve cobertura da Consumidor Moderno. Confira abaixo as análises e destaques.
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Bancarização alternativa e crescimento do e-commerce
Entre os destaques do estudo, a aceleração da digitalização (recorrente da pandemia) e a inovação acentuada dos serviços e meios de pagamento digitais na América Latina, principalmente no Brasil, deram o tom à analises. O mercado brasileiro vivou nos últimos anos a chamada “bancarização alternativa”, por meio de ferramentas como Pix, Super Apps (para pagamentos de produtos e serviços) e soluções como By Now Pay Later. O forte crescimento do e-commerce também foi apontado como grande destaque do estudo e também na visão dos apresentadores.
“São soluções e tendências que revelam como o consumidor da América Latina, principalmente o brasileiro, influencia decisões e inovações em meios de pagamentos e serviços financeiros. Hoje esses modelos já servem de exemplo para o mercado global”, disse Juan Pablo.“O relatório nos mostra a velocidade das mudanças e sua aceleração por necessidade também”, completou Ronaldo Lemos.
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“Banco em toda parte”
Apesar da digitalização seguir em crescimento e o gosto do brasileiro pelo comércio de rua, a avaliação de um cenário “phygital” e uma “bancarização alternativa” também foram pontos que chamaram a atenção na avaliação de Ronaldo Lemos.
“Isso se dá pela ideia de todo comércio vir a ser eletrônico por meio das carteiras digitais como meios de pagamentos. Essa divisão de comércio físico e digital em breve não existirá. A ampliação dos serviços bancários irá além dos bancos, como já vemos com os chamados Super Apps. É algo como ‘banco em toda parte’, com serviços embarcados em outras aplicações. Uma bancarização por necessidade – já em crescimento – e que se acentuará com carteiras digitais e outros aplicativos. Isso evidencia uma evolução e um momento dinâmico que certamente continuará”, resumiu Lemos.
A evolução do Pix
O Pix, que tem pouco mais de um ano desde sua implementação no Brasil, já se mostra consolidado como meio de pagamento instantâneo, em tempo real. Esse tipo de transação já tem mais de 110 milhões de usuários no Brasil. foi sobre o Pix, que Ronaldo Lemos, evidenciou a força dessa ferramenta. “Ela está apenas no seu início”, pontuou.
“O Pix vai poder ser usado não só para pagamentos, mas como saque, identidade digital para fazer cadastros e como segundo fator de autenticação. Enfim, como uma plataforma aberta, sem cobrança para pessoas físicas e generativa ele impulsiona a ampliação dessas redes digitais para além do uso financeiro. Estamos só começo das possibilidades com essa plataforma”, avaliou o especialista.
A valorização do tempo no relacionamento
entre clientes e marcas
Fato: a valorização do tempo do consumidor foi – e está sendo – um dos principais fatores que impulsionaram as maiores transformações em serviços e nas relações de consumo nos últimos tempos. Foi sobre está constatação que os apresentadores do estudo responderam a seguinte questão: “como vocês analisam essa urgência que possibilita a criação de novas narrativas para o relacionamento entre marcas e clientes?”
Segundo Ronaldo Lemos “tudo está virando economia da informação”. “E gestão de marca hoje é gestão de rede social”, pontuou. “Isso em todas as esferas de serviços, não só nos meios de pagamentos. Essa transformação nos mostra que estamos na ‘Era da Valorização do Tempo’. O Pix é um exemplo claro disso. E esses fenômenos culturais andam passo a passo com esse processo de novos serviços”, avaliou.
Para Juan Pablo, a conveniência é o ponto crucial. “Vale lembra que o consumidor está a fim de pagar um pouco mais para ter conivência. Isso reforça essa importância da valorização tempo, e que no setor financeiro alimenta o crescimento de novos serviços digitais”.
Inovação e comportamento do ecossistema
Sobre essa aceleração que assistimos e a transformação dos meios de pagamento, e as preferências dos consumidores, o que podemos esperar do futuro? Segundo Juan Pablo, essa revolução irá continuar por um tempo, mas, depois ficarão aquelas inovações que fazem sentido para o consumidor. “Hoje é o consumidor quem define o que ele quer utilizar. Voltando, o maior exemplo é o Pix. Para os bancos não fazia sentido essa solução, mas para o consumidor, sim”, exemplifica o executivo.
Já para Ronaldo Lemos, a “WEB 3.0 é que nos mostrará uma infinidade de inovações”. Com ela virá na esteira da digitalização diversas soluções em meios de pagamentos nunca antes imaginada. Por exemplo, o ‘streaming de salário’. Hoje já existem plataformas para pagamento de fluxo contínuo de salários. Você recebe dia a dia e vai administrando isso. Essas mudanças irão chegar logo”, pontua Lemos.
Soa estranho tanta inovação (como streaming de salário, por exemplo), no entanto é evidente que vivemos esse momento efervescente de novas soluções, vide metaverso e criptomoedas, essa última também apontada no estudo da FIS e nas avaliações de Lemos e Pablo como uma tendência a ser mais explorada.
“O que vejo por meio desse estudo é um convite permanente a inovação. Estamos num momento de efervescência para a criação de novos serviços financeiros”, completou Ronaldo Lemos.
Numa análise final nessa apresentação do Global Payments Report 2022, Juan Pablo concluiu: “O Brasil é um mercado que será o carro chefe em inovação e tendências na América Latina sobre meios de pagamentos, sem dúvida. Um processo que será cada dia mais acelerado com foco na conveniência do consumidor”. Ronaldo Lemos concorda, e acrescentou, “somos bons em inovação por necessidade”.
10 tendências pelos apresentadores do GPR 2022
- Super Apps em crescimento
- Pagamentos em dinheiro em queda nos PDVs
- Carteiras Digitais crescendo em PDVs
- Uso de cartões de débito crescendo
- Interesse por criptomoedas (inclusive com a criação de moedas oficiais por Bancos)
- Inclusão financeira por meio de fintechs e bantechs (bancarização alternativa)
- Comércio se tornando cada vez mais eletrônico
- By Now Pay Later (compre agora, pague depois)
- Convergência e desenvolvimento de soluções por meio da evolução da plataforma PIX
- Regulamentação de Open Bank e a criação de novos serviços e produtos
Para baixar o relatório completo, incluindo a metodologia, acesse este link.
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