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Pesquisa mostra que empresas ainda têm políticas de inclusão pouco eficazes

Pesquisa mostra que empresas ainda têm políticas de inclusão pouco eficazes

Grupo que mais sofre com discriminação, piadas e comentários preconceituosos é o LGBTQIA+

Embora diversidade e inclusão estejam cada vez mais em pauta no mundo corporativo, uma pesquisa realizada pela consultoria global Great Places to Work (GPTW) constatou que situações de discriminação e preconceito ainda são frequentes, em especial entre o grupo LGBTQIA+.

O estudo, que ouviu 14.082 colaboradores de diversas empresas entre outubro de 2021 e junho de 2022, buscou trazer insights sobre a percepção das políticas de inclusão nos grupos que ela deveria atingir: LGBTQIA+, mulheres, negros, indígenas, PCD (pessoas com deficiência) e 50+ (mais velhos que 50 anos).

Os resultados abrangem desde a importância de políticas de D&I para estas pessoas e o quão comum é enfrentar comentários e piadas preconceituosas, chegando à verificação da presença de grupos minoritários em posições de liderança.

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LGBTQIA+ é o grupo mais afetado

Entre os grupos que devem receber atenção de políticas de inclusão, o LGBTQIA+ é o que mais se torna alvo de situações de discriminação, assédio ou intimidação nas empresas: 20% dos colaboradores que se declararam LBTQIA+ afirmaram já ter passado por isso. Para comparar, entre os cisheteronormativos o percentual foi de 11%.

Além disso, 57% deles ouvem piadas ou comentários preconceituosos com pelo menos alguma frequência; para 9% a ocorrência deste tipo de situação chega a ser intensa.

Para o especialista em diversidade da GPTW e responsável pela pesquisa, Raul Valle, estes dados não foram surpresa, uma vez que outros estudos realizados pela consultoria já mostraram este grupo como o mais afetado.

Por isso mesmo, ele acredita que há uma ligação entre o que os colaboradores vivem e o que esperam das empresas. As pessoas LGBTQIA+ são as que consideram mais importante trabalhar em um ambiente inclusivo. A grande maioria, representada por 72%, dizem que políticas de inclusão são, por sinal, muito importantes.

Também é esse grupo que avalia as ações de D&I de maneira mais crítica. 24% acreditam que elas são detratoras, ou seja, negativas, 34% as veem como neutras e 43% como promotoras, ou seja, positivas.

“O fato de sempre haver uma piada, um preconceito, vai deixar as pessoas LGBTQIA+ mais apreensivas, não só no ambiente corporativo, mas no geral. Por isso, vão dar prioridade em trabalhar em locais mais inclusivos, por sempre estarem mais expostas à discriminação”, fala Raul Valle.

Dos pouco mais de 14 mil participantes do estudo, 10% se autodeclararam LGBTQIA+.

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Políticas de inclusão estão caindo em prioridade

Os resultados da pesquisa vão ao encontro do que o Relatório Tendências em Gestão de Pessoas 2022, também do Great Places to Work, já havia trazido à tona. De acordo com o documento, embora a maioria das pessoas considere diversidade e inclusão uma pauta estratégica nas organizações, somente 12% acreditam que a empresa em que atua tem alta maturidade no tema.

A prioridade para políticas de inclusão também vem caindo. Sempre aparecendo em posições medianas nas edições anteriores, ações de D&I foram apontadas como prioritárias para 17,9% dos respondentes em 2022, contra 37% em 2021.

Foi o seu pior patamar desde o início do levantamento, em 2019.

As grandes dificuldades apontadas pelos participantes para a adoção efetiva dessas políticas são o engajamento dos gestores e como tornar os processos de recrutamento e seleção mais inclusivos.

Tudo isso provoca reflexos não só nas situações de preconceito vivenciadas por essa comunidade, mas também nas oportunidades as quais tem acesso. Na pesquisa sobre diversidade da GPTW, foi constatado ainda que apenas 8% dos respondentes LGBTQIA+ se encontravam em posições de liderança.

Liderança e recrutamento são peças-chave

O advogado e secretário da Comissão de Diversidade Sexual e Gênero da 25ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Donizete Lima, comenta que, de fato, há muitos desafios atrelados à inclusão e reparação para grupos minoritários, mas que isto não deve ser um impeditivo para a elaboração de uma política interna inclusiva.

“As questões que envolvem a empregabilidade da comunidade LGBTQIA+ insurgem como uma ferida aberta e passam por diversas situações, como ausência de apoio familiar, abandono escolar e falta de políticas públicas voltadas à capacitação de seus membros. Diante disso, cabe às empresas criar políticas que tornem seus processos seletivos inclusivos e orientem os demais colaboradores sobre assuntos ligados à diversidade sexual e de autoidentificação”, diz.

O especialista em diversidade, Raul Valle, também reforça a necessidade de recrutamentos e promoções intencionais: “é importante deixar claro como será a jornada dessas pessoas dentro da empresa, como serão acolhidos, se a avaliação será feita de forma justa, sem tocar em alguns pontos que eles tenham algumas diferenças. Enfim, como haverá equidade nesse processo”.

Ele completa dizendo que o papel do gestor é fundamental na eficiência das políticas de diversidade, uma vez que é este líder quem tem o contato mais direto com os colaboradores.

O Relatório Tendências em Gestão de Pessoas 2022 coletou 2.654 respostas entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022. A maioria dos participantes era da área de recursos humanos ou ocupava cargos de liderança nas empresas.

O que são políticas de inclusão efetivas

Ainda que enfrente desafios e dificuldades em se tornar efetivas, as políticas de diversidade e inclusão não devem deixar de ser valorizadas e exigidas no curto prazo. Neste sentido, 93% das empresas premiadas pela GPTW como os melhores locais para trabalhar no Brasil contam com alguém responsável por combater a discriminação e promover a diversidade.

Assim, enquanto para o advogado Donizete Lima a criação de políticas internas inclusivas e reparatórias é algo urgente, o especialista Raul Valle aponta sete itens mandatórios que devem ser respondidos positivamente para que uma empresa possa ser considerada diversa e inclusiva:

1- A empresa adota políticas de contratação para os grupos de diversidade de forma intencional?
2- A empresa cria políticas para combater a discriminação?
3- Ela promove desenvolvimento dessas pessoas de forma igualitária, ou seja, com equidade de oportunidades, promoções, abertura de vagas, etc.?
4- A empresa exige que seus fornecedores e terceiros tenham os mesmos princípios em relação à diversidade e inclusão?
5- Ela promove veículos internos que discutam temas relacionados aos grupos de diversidade? Ela conta com um porta-voz?
6- A empresa faz movimentos e campanhas para evitar a discriminação?
7- Ela prepara seus gestores para lidar com temas relacionados à diversidade e inclusão?

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