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Cenários análogos: aprendendo a inovar observando além da vizinhança

Cenários análogos: aprendendo a inovar observando além da vizinhança

New Retail Summit destaca a utilização de ferramentas e referências para combater os vícios que impedem a inovação no varejo

Uma das maiores dificuldades para empresas em geral conseguirem inovar está no apego excessivo às crenças e formatos que permitiram atingir determinado patamar. A transformação digital, as mudanças no comportamento do consumidor e as alterações frequentes no cenário competitivo obrigam as empresas a atualizarem seus princípios de tomada de decisão.

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Esse foi um dos contextos explorados durante o New Retail Summit, evento realizado pela Consumidor Moderno, em Montevidéu, no Uruguai.

New Retail Summit 2022
Lideranças do varejo no New Retail Summit em Montevidéu | Foto Leandro Mega

O evento reuniu dezenas de lideranças do varejo brasileiro, bem como executivos do mercado de alta tecnologia para compreender e aplicar novas dinâmicas nas operações de varejo, para fazer frente à cenários de mudança intensa.

O workshop, conduzido pela especialista em inovações, Grazi Di Giorgi, trouxe uma série de atividades e reflexões sobre a observação, inspiração e aplicação de cenários análogos, referências de outros segmentos ou manifestações de comportamento para promover a inovação em série.

Entre várias provocações, Grazi defende que as empresas devem abrir mão da ideia de “público-alvo”. Para ela, “quem procura target é serial killer”, aforismo criado por seu pai, Plínio, que era geólogo, mas que traduz à perfeição o pensamento convencional de buscar target excessivamente segmentados para produtos que nascem descoladas das necessidades-alvo.

Quem procura target é serial killer
– Grazi Di Giorgi

O workshop procurou exercitar formas de enquadrar desafios a partir de necessidades-alvo. “O grande objetivo das empresas insurgentes é resolver problemas reais de consumidores reais e não criar produtos que sejam empurrados para eles”, diz.

Grazi propôs ainda diversas dinâmicas para os participantes, organizados em grupos, como definir desafios, criar cenários análogos e transformar os obstáculos em missões.

Estas dinâmicas têm a função de jogar novas lentes e visões para resolução de problemas. Logo, ao invés de emular e se debruçar sobre ações da concorrência, que normalmente induzem à previsibilidade, por que não se inspirar nos princípios de outras empresas de outros segmentos que foram bem-sucedidas ao mudarem modelos de negócios e lançarem as bases para ampliar sensivelmente as perspectivas de engajamento e resultados?

Assim, seria possível uma empresa de saúde, um hospital, obter aprendizados a partir da análise do cenário de fintechs? E uma montadora, poderia aprender com o cenário análogo de uma startup do tipo food tech?

Quando olhamos mais atentamente para empresas insurgentes como a Tesla, podemos perceber que ela foi concebida incorporando elementos de empresas digitais como o Google ou até mesmo como o Cirque Du Soleil.

Leia mais: Tesla vs Ford: quem vai ganhar o jogo do carro elétrico, autônomo e conectado?

A Tesla priorizou o carro elétrico e conectado, que recebe upgrades para abrir mão da chateação permanente da revisão periódica.

Ao tirar boa parte da fricção derivada da ida recorrente à concessionária, a Tesla eliminou um ponto de custo e de sensibilidade, da mesma forma que o Cirque du Soleil fez, ao retirar animais e domadores da equação do circo, centrando a experiência nos acrobatas, na músicas e nas coreografias.

Um outro exemplo poderoso é a transformação da indústria do vinho. Falamos de um produto com 10 mil anos de vida e que mudou bastante ao longo do tempo.

Como diz Nassim Taleb, em seu livro “Antifrágil”, organismos que melhoram com o dano, o vinho é um produto provado pelo tempo. Os vinhos atravessaram guerras, mudanças climáticas, golpes de estado, técnicas agrícolas e a organização em grandes grupos empresariais.

Essa história foi contada por Karen Ferrari, especialista e enóloga da indústria de vinhos, em palestra gravada especialmente para o New Retail Summit. Karen explicou como o champanhe se popularizou, utilizando uma nova técnica de fermentação que criou as famosas “bolinhas”(perlage) e a utilização de “embaixadores” que levavam a bebida engarrafada para as muitas cortes europeias nos séculos XVIII e XIX.

Por conseguinte, o champanhe se organizou como segmento, buscando alianças entre os competidores, definindo uma régua de qualidade superior para estimular a produção e comércio da bebida ao longo da Segunda Guerra Mundial.

Da mesma forma, foi uma aliança entre os concorrentes que se definiu a importância do “terroir”, estipulando a famosa “Denominação de Origem Controlada” ou o conjunto de características comuns de uma determinada região produtora.

A indústria do vinho fornece muitas lições e cenários análogos para permitir que negócios diversos construam sua própria perenidade.

New Retail Summit 2022
Jacques Meir, Diretor – executivo de Conhecimento do Grupo Padrão | Foto: Leandro Mega

Em tempos de transformação incessante e com produtos descartáveis e até mesmo com obsolescência programado, é instrutivo ver como o vinho consegue se manter relevante e atingir cada vez mais novos públicos e expandir seu conceito, incluindo serviços e notáveis experiências sensoriais para os consumidores. As visitas às vinícolas são apenas uma faceta dessa imensa capacidade de tornar o vinho um produto continuamente inovador.

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