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Especial – 1º Seminário de Investimentos Novarejo

Especial – 1º Seminário de Investimentos Novarejo

Reuniu executivos do setor e investidores para mostrar o que torna o varejo tão atraente para investimentos e como as empresas podem se beneficiar disso

Na mesa dos investidores globais há uma quantidade razoável de dinheiro esperando oportunidades para que esse montante se multiplique. O Seminário de Investimentos NOVAREJO, realizado no início de maio de 2014 pelo Grupo Padrão, reuniu varejistas e investidores em uma mesma sala de discussão, para uma avaliação profunda sobre o varejo brasileiro, responsável pelo movimento de cerca de R$ 1 trilhão por ano. Jogadores a postos e uma enxurrada de números, cenários e cases foram expostos para solidificar as estratégias dos dois lados da mesa.

?Olheiros? anotavam com atenção o que era dito. Sem querer ter seu nome e sua empresa revelados, uma senhora com mais de 30 anos no mercado de investimentos afirmou que o conteúdo do evento a levava a outro patamar de análise do mercado varejista.

Também pudera, Felipe Campos, diretor de um banco suíço, trouxe em sua palestra números frescos do setor. ?Os fundos de private equity captaram cerca de US$ 28 bilhões em 2013, que ainda não foram investidos. Logo, existe uma disponibilidade de capital?, disse.

Ele contou também, durante o evento, que o mercado consumidor brasileiro representa, hoje, 50% de toda a América Latina, tendo particularidades marcantes: ele cresce a taxas altas e é bastante fragmentado. Segundo as expectativas, o Brasil deve ser o quinto mercado consumidor do mundo em 2030, atrás apenas dos Estados Unidos, da Índia, da China e do Japão. Hoje, o País está na oitava colocação. ?O consumo familiar foi o principal driver do crescimento brasileiro, que elevou o consumo no varejo?, diz.

O crescimento econômico do Brasil, nos últimos anos, retirou milhares de brasileiros da pobreza e criou uma classe média mais forte, que hoje representa cerca de 54% dos brasileiros. O aumento real do salário mínimo ajudou a elevar o apetite dos consumidores, que agora querem realizar os sonhos de consumo. Ponto para o varejo. Sérgio Bocayuva, diretor-executivo do Mundo Verde, diz que é importante buscar inovações e olhar para esses novos consumidores, ?a comunicação com o público é essencial. E é importante dar atenção para o fato de a classe C estar se introduzindo no mercado. Ela tem poder de compra e gasta bastante quando aprova o produto?, diz. ?Setores como vestuário, farmácia, higiene e cuidados pessoais também foram destaques e tiveram aumento significativo?, comenta Campos.

De acordo com Renato Meirelles, presidente do Data Popular, a classe C brasileira gasta anualmente cerca de R$ 1,17 trilhão. ?Este montante é tão alto que, se a classe C fosse um país ela seria o 18º maior em consumo do mundo?, disse.

Se por um lado o governo brasileiro contribuiu para o aumento do consumo, com políticas de fomento, seja via redução do IPI, aumento do crédito disponível ou a própria transferência de riquezas, com programas como Bolsa Família, por outro lado, empresários do setor reclamam por um olhar mais apurado para o próprio segmento.

É nesse cenário, apesar das incertezas da economia, que o varejo se destaca como um alvo para investidores. E de olho nesses investidores há mudança no comportamento do setor. ?Eles querem se profissionalizar mais e sabem que isso é um dos atrativos para a entrada de fundos de private equity?, diz Campos.

Atraente para capital estrangeiro, o Brasil, segundo Fábio Boucinhas, diretor da Boucinhas Consultoria, tem os três pontos importantes para o investidor: potencial, risco e volume. ?É considerado o País mais atraente para marcas estrangeiras expandirem?, afirma.

Boucinhas conta que a expansão dos shopping centers também contribuiu para o fortalecimento do varejo: desde 2008 o faturamento alavancou 100%, a circulação de pessoas cresceu 28%, e a criação de empregos aumentou 20%.

E aliado a isso existe o e-commerce, que teve um faturamento de 22,5% em 2013 e 42,2% de representatividade. ?O on-line participa da compra do cliente, mesmo sem a realização da ação?, finaliza. Segundo Campos, investir no varejo faz bem para o Brasil exatamente pela maior profi ssionalização e crescimento do setor; para os consumidores, por abrir maiores oportunidades de consumo; e para os acionistas, por terem em suas carteiras empresas mais estruturadas e sólidas.

O varejo carregou o Brasil

Há cerca de dez anos, o varejo tem contribuído significativamente para o crescimento do País, pois é setor que tem influência direta no consumo das famílias. Apesar disso, o varejo ainda não tem a devida atenção do poder público. Essa é a avaliação de Eduardo Terra, sócio-diretor da BTR Consulting. ?O Brasil cresceu e pouco tem se falado de que o varejo esbarra diretamente nisso. E conseguiu carregar o País nestes dez anos?, afirmou.

O executivo mencionou que discutir os investimentos nesse setor é fundamental e enfatizou que o tema entre na pauta do governo. ?É uma discussão pertinente e é preciso continuar financiando o consumo, mas só se faz isso com dinheiro. Existe um risco político e não vemos o setor na agenda dos candidatos à presidência. O Brasil precisa dessa discussão?, explicou.

Esse debate, para Alberto Serrentino, sócio da Varese Retail, se faz necessário, uma vez que o setor tem grau alto de competição. ?É um momento rico para discutir a relação do varejo com as alternativas que se tem para encontrar modelos de negócios sustentáveis, em um cenário de aumento de custos de mão de obra e imobiliário?, afirma.

Eduardo Moreira, sócio da corretora Geração Futuro, enfatiza que, hoje, o varejo não é baseado apenas na venda. ?O setor ganha dinheiro no crédito, na agência de mídia. E, cada vez mais, haverá uma integração dentro deste modelo?, diz. Um dos trunfos do setor, segundo Moreira, é a base de informações de clientes ? fator que poucos setores têm.

Antes do poder público, os bancos já descobriram o potencial do setor e já veem no varejo opção para crescer mais. A Caixa Econômica Federal é um deles. ?A gente vem capturando os movimentos e transformações pelos quais passam a sociedade e dessa forma conseguimos participar desse processo, seja por meio de financiamento de consumo ou na própria operação?, afirma Cristiano Luz, superintendente-executivo do banco, que também participou da última palestra do seminário.

Segundo o executivo, de olho na necessidade de crescimento, o varejista já percebeu a importância da formalização para ter acesso aos recursos do banco. ?Existem mecanismos que ajudam o varejo a buscar soluções e estamos participando deste movimento?, diz. Para este ano, Luz acredita que o cenário será de estabilidade e que a demanda por crédito continua.

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ATACAREJO COMO BOLA DA VEZ!

O atacarejo, ainda limitado a grandes marcas, deve ser a aposta do varejo alimentí cio, segundo Felipe Campos, diretor-executi vo de uma banco suíço. ?O atacarejo é um dos modelos mais promissores do varejo. É um modelo específi co, focado em preço e em baixo custo ? atraente para o mercado brasileiro?, avalia.

Formado pela mistura de varejo e atacado, o atacarejo se caracteriza por grandes lojas e produtos vendidos em grandes quantidades e tem atraído não apenas empresários, mas principalmente pessoas físicas, que já representam cerca de 50% dos clientes desse modelo, de acordo com Campos ? diferentemente do modelo norte-americano, focado ainda em pequenos e médios empresários.

Um dos fatores de sucesso desse modelo no País é o baixo custo e altos volumes de vendas, alçados pelos preços baixos. Outra vantagem é com relação ao centro de distribuição, que acaba sendo o próprio pon
to de venda. ?Por outro lado, existem menos serviços dentro do ponto de venda para o consumidor e menos conveniência, pois ficam em locais mais distantes?, avalia.

Apesar dos altos volumes de vendas, no atacarejo há baixo capital de giro quando comparado a um supermercado ou hipermercado, e, como em todo varejo, margens apertadas. ?Apesar disso, há espaço para expansão deste modelo, principalmente no interior?, afirma Campos.

Governança corporativa mais do que necessária

Alinhar processos que otimizem os negócios, evitando desperdícios; pagamento correto de impostos e funcionários, relatórios transparentes e políticas claras são alguns dos itens que vêm à cabeça quando o assunto é governança corporativa. Tudo isso é muito saudável e até bonito. Mas, de fato, quando a empresa se depara com a necessidade de arrumar a casa e adotar a governança dentro do seu dia a dia, há um direcionamento fundamental que nem sempre aparece nos livros: o dono da empresa terá de desapegar do negócio e, assim, confi ar e delegar funções a outras pessoas, talvez até melhor preparadas para as atividades.

?Eu sou, talvez, o primeiro estágio do processo de governança da Multicoisas, uma empresa de 30 anos?, diz Sandro Benelli, que foi o primeiro executivo de fora do núcleo familiar a presidir a empresa. Há 25 anos, a companhia resolveu crescer por meio de franquias, expandindo seu negócio sem tomar capital externo. Até aqui, a decisão foi acertada.

?Há um ano e meio o casal-proprietário decidiu dar um próximo passo na governança. Contratou um consultor, montou um conselho e foi ao mercado procurar um executivo, e eu fui escolhido. A verdade é que você faz as coisas ou pela dor ou pelo amor. No caso da Multicoisas, que não teve de escolher pela dor, implementar governança foi uma escolha bacana, porque temos crescido?, conta Benelli.

Esse processo de reflexão não necessariamente trará um executivo de fora. ?Não se pode desprezar o conhecimento que a empresa teve sendo gerida pela primeira e pela segunda geração. O que eu tenho aprendido é que tem de ter desapego do fundador e do executivo que veio de fora. E tem de ter alinhamento de valores. Tem de ser uma evolução, não revolução?, diz.

De acordo com Michel Sarkis, CEO da Inbrands, grupo formado por diversas marcas, como Ellus e Tommy Hilfiger, a empresa passou os últimos dois anos em processo de consolidação após outros dois adquirindo várias marcas ? no momento da aquisição há uma avaliação profunda sobre o apego do dono ao negócio. ?Da perspectiva do investidor, se a companhia depende muito do fundador, com o tempo, ele percebe que não quer fazer parte de um grupo?, aponta Sarkis.

Dado o passo da decisão de largar o controle total da empresa, a governança corporativa se tornou ferramenta para todo varejista que quer crescer e se destacar da concorrência. ?É preciso ter controles benfeitos, ter conselho de administração para responder a todas as questões difíceis?, afirma Herbert Steinberg, gerente-geral da consultoria Mesa Corporate Governance, que mediou o debate sobre o tema. Segundo ele, o ponto principal para estabelecer governança corporativa é organizar as relações.

Para Christian Ramos, sócio da Ramos & Zuanon Advogados, as empresas brasileiras de maneira geral têm poucos controles. Segundo ele, é importante que elas saiam da zona de conforto antes que o mercado exija essa mudança à força. ?As empresas que não têm demonstrativos, que não são auditadas, não conseguem crédito a um preço adequado que as permita avançar?, diz. ?É muito melhor levar este processo de governança por conta da companhia, do que ser reativo e esperar que ocorram processos sucessórios de repente, por exemplo, que exijam a implantação deste processo?, avalia.

Na segunda geração de gestão familiar, a rede Cybelar começa agora a estabelecer a governança corporativa, segundo Ubirajara Pasquotto, diretorpresidente da varejista. O processo, conta o executivo, começou a ser feito mais de olho na profissionalização da companhia do que na captação de fundos. ?Não quero um fundo agora e estamos em processo de reinvestimento, mas tem de estar preparado para receber um sócio?, diz. Com 62 anos de existência e uma rede com 150 lojas, a marca está focada no interior de São Paulo.

Segundo Benelli, da Multicoisas, a rede está preparada para receber, eventualmente, um sócio. ?Somos procurados várias vezes ao ano por fundos de investimentos ? o que mostra que ela tem valor de mercado. E quanto mais ela é procurada, maior é esse valor?, avalia o executivo.

Para Benelli, um dos principais fatores para o estabelecimento efetivo de governança corporativa é comunicação clara, com sócios e funcionários. ?A primeira coisa é não deixar ninguém no escuro. É importante deixar claro para o time qual é o seu propósito?, enfatiza.

A Roldão Atacadista, embora não tenha recebido aporte, está preparando a casa. Implantou governança corporativa há nove meses, segundo Ricardo Roldão, presidente da atacadista. ?O primeiro passo é preparar a empresa e toda empresa familiar pode e deve ser profissional e é pra isso que a gente vem trabalhando neste momento?, diz. Com abertura de três a quatro lojas por ano, a atacadista vem apresentando crescimento de 20% a 25% nos mesmo período. O executivo aposta no crescimento do País para continuar crescendo.

Implantar a governança corporativa em empresas familiares é um processo diferente, avalia Rogério Ferreira, superintendente do Banco Fator. E a decisão por receber ou não um sócio é questão que precisa ser avaliada com cuidado. ?É uma decisão que depende do timing do empresário e leva a uma série de medidas. E depende do momento pelo qual passa a família?, afirma.

Romeu Zema, diretor-executivo das Lojas Zema, varejista familiar, embora estruturada, foca no crescimento financiado pela própria empresa. Segundo ele, 100% do que a empresa fatura é reinvestida na varejista. Embora opte por utilizar o reinvestimento dos resultados, o executivo já sabe que esse modelo não se sustenta por muito tempo e se o caminho for realizar aquisições terá de contar com aporte externo. ?A partir daí veremos outras alternativas?, afirma. E associação com fundo de investimento pode ser uma delas. ?Não é nenhum tabu e estamos com a empresa preparada e organizada para isso.?

FUSÕES E AQUISIÇÕES

Varejo é o terceiro maior setor em quantidade de transações

7,5% de aumento na quantidade de transações no setor

Investidores estrangeiros tiveram participação em 44% das transações (mercado total)

Como atrair investimentos

O que fazer para atrair um investidor? O que mudar no negócio para conseguir um aporte? Essas perguntas foram levantadas durante o Seminário de Investimentos NOVAREJO, quando bancos e varejistas sentaram à mesma mesa para analisar a atratividade do setor para fundos de investimento. ?Vivemos um momento de certa desconfiança com relação ao Brasil e é preciso pensar nisso quando se conversa com o investidor?, afirma Henrique Lima, superintendente do Bradesco BBI.

Segundo o especialista, o ambiente de negócios conta na avaliação dos investidores. ?Esse é o desafio. É preciso entender qual é a posição do fundo, porque do ponto de vista regional, ele deve investir no varejo brasileiro e não em outro mercado?, diz. Quando varejista e fundo estão reunidos frente a frente, é preciso que o varejista venda a empresa, ainda que o ambiente no qual ela está inserida não
seja favorável. ?Mesmo em situações difíceis, histórias bem contadas e os fundamentos do empreendedor atraem o investidor. Tem de ser transparente?, reforça. Foi dessa forma que o e-commerce OQVestir conseguiu aporte de investidor anjo, quando ainda estava iniciando, e, depois, conseguiu outros três, com grandes fundos de investimento. ?Quando o fundo chega e vê que está organizado, baixa o nível de estresse e se constrói uma relação de confi ança. Construímos esta relação porque a empresa era pequena, mas organizada?, conta, durante o debate, Mariana Mendes Medeiros, sócia do e-commerce.

A organização é, para ela, mais um componente de atração do investidor. E organização é, segundo Rogério Ferreira, superintendente do Banco Fator, estrutural e operacional. ?É o nível de governança dessa empresa e como ela está organizada: demonstrativos financeiros, diretoria executiva, quais práticas ela adota, se ela é auditada e, principalmente, quais são as expectativas de crescimento?, avalia.

Outra case interessante foi o do Pet Center Marginal. Depois de ter passado por uma falência em sua empresa anterior, Sergio Zimerman, CEO e fundador da varejista, passou um longo período estudando alternativas para se capitalizar e crescer. ?Eu não queria ver gerente de banco na minha frente?, conta.

Durante um período de dois anos, ele buscou entender como funcionava a entrada de fundos de investimentos na empresa, as expectativas, o que valorizavam, e como atuariam, caso fechasse negócio. Foram contatados cerca de 15 fundos. ?Tive a sorte de sentar à mesa querendo investimento, mas sem precisar dele para crescer?, afirma.

A opção por se associar a um deles veio quando ficou claro que não seria possível sustentar o crescimento projetado, embora já estivesse com 27 lojas, apenas com empréstimos bancários. ?Como pude escolher com calma, estudei o sócio que mais tinha sinergia com a empresa, e cuja sociedade viesse a somar. Tem sido positivo o resultado?. O negócio foi fechado em 2013. Nesse ano houve o foco na estruturação da empresa e a projeção é abrir cem novas lojas em 2015.

O BRASIL É ATRAENTE NO MERCADO GLOBAL

ÍNDICE GLOBAL DE DESENVOLVIMENTO DO VAREJO 2013

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Insights de quem compra para quem pretende ser comprado

Com a experiência de quem tem o trabalho de integrar 13 diferentes marcas, e se prepara para nova s aquisições no próximo ano, Michel Sar kis, CEO da Inbrands, diz o que a empresa avalia na hora de comprar:

01 – Ser comprado não deve ser uma decisão financeira, mas estratégica

02 – Gestão profissional (ainda que familiar), boa marca, bom serviço, bom posicionamento comercial e perante o cliente são chaves para se tornar interessante

03 – Muita dependência do dono/fundador dificulta inserção numa cultura mais abrangente

04 – Formalização da companhia e seus processos legais é mais do que fundamental

05 – Ser sócio e ser executivo são posturas diferentes e devem ser vistas assim

As alternativas para crescer

O último painel do Seminário de Investimentos NOV AREJO apresentou alternativas para que o varejo se capitalize. Embora os fundos de investimentos sejam o alvo de muitos executivos, existem outras opções para crescer. E a decisão não pode ser apenas baseada em aspectos financeiros, segundo Eduardo Terra, sócio-diretor da BTR Consulting. ?É importante lembrarmos que a decisão pelo investimento não pode e não deve ser uma decisão apenas financeira ? ela envolve outras coisas, como valores e a maneira de pensar no futuro?, diz.

Para Eduardo Moreira, sócio da corretora Geração Futuro, a falta de educação financeira do varejista o impede de enxergar opções para crescer. ?Existe uma carência grande de conhecimento das estruturas dos veículos financeiros. Há inúmeros instrumentos para se financiar?, afirma. E muitas, diz, nem passam por fundos de investimento.

Uma delas é a franquia ? solução encontrada pela Artefacto Móveis. ?Com franquias, a gente aumenta a capilaridade, com custo mais baixo. Então, a loja começou a expandir?, afirma Bráulio Bacchi, vice-presidente da empresa. Segundo o executivo, a expansão da marca, por muito tempo, foi financiada pelos consumidores, por conta do aumento do crédito ao consumidor.

O mesmo ainda ocorre na Casa Bayard Artigos para Esportes, segundo Claus Hainke, diretor financeiro da marca. ?Não temos capital de fora?, afirma. Segundo ele, o varejo de esportes tem mais dificuldade para captar recursos. ?Com o e-commerce, nosso setor teve uma dificuldade de continuar crescendo nesse quadro novo. E a tentativa de captar recursos via mercado de capitais aconteceu, mas por serem várias empresas familiares, não houve a maturidade e o preparo para fazer uma fusão ou ter a parceria de um banco de investimentos?, afirma.

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Na tentativa de fortalecer sua operação, a Bayard então lançou uma marca própria de roupas femininas para ioga, a Yogini. Hoje, são três lojas próprias. A ideia é, no primeiro momento, crescer como franquia. ?Ela nos possibilita ir ao mercado e buscar um novo investidor?, explica Hainke. No ano passado, a Bayard teve um crescimento de 20% e espera crescer mais nos próximos anos por conta da Copa e da Olimpíada.

?Discutir as práticas que levam aos investimentos no varejo é discutir a evolução das empresas brasileiras que representam um crescimento exponencial nos últimos anos?
Ubirajara Pasquotto, diretor-presidente da Cybelar

SHOPPING CENTERS
mercado de shopping centers

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Para pensar fusões e aquisições

Antes de partir para uma fusão ou aquisição é preciso refletir sobre a transação. ?Alguns passos para se tomar antes de uma transação é estar atento à volatilidade do mercado e à percepção de valor dos ativos intangíveis. O não engajamento no processo e a falta de preparo podem acarretar a perda de rentabilidade, de market share e a escassez de capital?, explicou Luiz Motta, sócio da Prática de Corporate Finance da KPMG, durante o evento.

Por outro lado, o investidor também tem seu papel: ele deve identificar oportunidades e acelerar processos. ?Os resultados alcançados podem ser três: vencedores rentáveis, sobreviventes ou empresas fora de mercado.?

  • Em 2010 foram realizadas 726 transações, 42 do varejo
  • Em 2011 foram 817, com 45 do varejo
  • Em 2012 totalizou 816, sendo 68 do varejo
  • Em 2013 foram 796 transações, com 51 varejistas

?O segmento tem crescido paulatinamente, mesmo com a queda do ano passado. Isto é, também, graças ao investidor estrangeiro?, comenta. O varejo cresce acompanhando as empresas e seus proprietários, e as varejistas têm duas possibilidades de crescimento: o orgânico, que mantém o ritmo acelerado, e o de aquisições, que possui taxas de crescimento superior às do orgânico.

Os provedores de capital buscam remuneração do capital investido, boas práticas operacionais, histórico e perspectiva de crescimento e rentabilidade, competitividade e plataformas para consolidação. ?Entre os critérios de avaliação, os mais utilizados são o Fluxo de Caixa Descontado (FCD) e Múltiplos de Comparáveis?, diz Motta, ao afirmar que essa é uma de suas afirmações mais importantes da palestra.

Os principais ativos intangíveis são: marca, pontos comerciais, relacionamentos com clientes e contratos com clientes ou fornecedores em condições melhores do que as atuais do mercado. ?É importante manter interação e lealdade com a carteira de clientes.?

Luiz Motta finaliza a palestra chamando atenção para uma neces
sidade de se refletir antes de efetuar a transação. ?A preocupação com valor deve vir antes mesmo de pensar na aquisição. Deve haver um plano de ação.?

?Não falta dinheiro no mercado, faltam empresas preparadas para receber investimento s. As empresas brasileiras precisam fazer a lição de casa antes de procurarem novo s investidores?,
Mariana Mendes, cofundadora da OQVestir

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Conclusões

Consolidação. Mais do que tendência, fato

Há muito espaço para a consolidação no mercado varejista. Os três maiores players de cada segmento não representam juntos um quarto do mercado. Se o player estratégico optar por isso, precisa ter capital para ir às compras. Se não, o financeiro irá fazê-lo. Os fundos de investimentos estão atentos a isso.

Cenário favorável

O crescimento econômico via consumo trouxe ótimas perspectivas para o varejo. Por alcançar resultados tão positivos, ele está na mira dos investidores. Mas é preciso fazer a lição de casa para ser uma alternativa interessante.

Profissionalizar e inovar é preciso

Investidores buscam retorno sobre o investimento. Para tanto, avaliam a eficiência da empresa e, nesse quesito, processos ajustados e auditados, transparência, estratégias consistentes, instrumentos de governança corporativa e capacidade de inovação s ão pontos valiosos de decisão.

Desapegue-se do seu jeito

Ganhar investimento significa receber um sócio. Avalie o quanto está preparado para isso. Visões diferentes trazem fôlego novo para as companhias, ao mesmo tempo em que modificam o modelo de gestão. Vale mais ser sócio de uma empresa que cresce aceleradamente, ou dono de uma que se mantém no mercado?

Organização como setor

Instrumentos políticos auxiliaram o varejo com o estímulo para o consumo. Mas isso não significa um setor articulado e representativo na hora de defender interesses como mercado. Isso é necessário para que o setor amadureça.

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SUMÁRIO – Edição 283

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