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A enxurrada de números divulgados pelas empresas sobre o desempenho no terceiro trimestre, mais as expectativas para o fim de 2014, apontam para um cenário bipolar no varejo brasileiro. De um lado, empresas que estão em uma espiral negativa de difícil reversão. De outro, companhias que entenderam o atual momento e estão ganhando mercado. Enquanto o varejo brasileiro cresceu apenas 0,5% em setembro, de acordo com os dados do IBGE, administradoras de shopping centers anunciaram números bem mais auspiciosos. A Alliansce, por exemplo, registrou crescimento 6,4% entre julho e setembro, considerando apenas shoppings abertos há mais de 12 meses. Isso mesmo com os efeitos negativos da Copa do Mundo, que afastaram os clientes dos centros de compra. Na outra ponta, a rede de farmácias Brasil Pharma perdeu R$ 92 milhões no trimestre, o que, por incrível que pareça, representa melhora em relação aos dois primeiros períodos de 2014.Considerando que as projeções apontam para pelo menos dois anos de expansão pequena da economia, o momento requer cautela. Como a própria Alliansce disse em seu relatório trimestral, é o momento de seguir ?uma abordagem prudente para o crescimento?. O que não signifique se esconder: as Lojas Americanas pretendem investir R$ 4 bilhões nos próximos cinco anos, e o GPA, maior varejista nacional, disse que aplicará valores semelhantes aos deste ano (R$ 2 bilhões) para abrir novos pontos de venda, porém de forma sustentável.Mais importante que os valores investidos está a filosofia que embasa a expansão dessas empresas: crescer de forma sólida. O zeitgeist tem mais a ver com ?arrumar a casa e esperar a tempestade passar? do que com ?crescer a qualquer preço?. Nesse sentido, é a hora de ser eficiente e otimizar cada centavo investido. O que envolve processos, tecnologia e pessoas. Gente mais produtiva, trabalhando com as ferramentas adequadas e realizando os processos corretos para fazer o varejo ser mais eficiente. Não à toa, eficiência tem sido uma das palavras mais ouvidas em nossas conversas com varejistas. É a hora de fazer mais com o que se tem.*Renato Müller é editor da plataforma NOVAREJO