Com a chegada do mês do orgulho LGBTQIA+, as empresas começam a preparar suas ações em prol da diversidade, tanto como um importante atributo de marca — que aproxima o relacionamento das corporações e dos consumidores — quanto um investimento em employee experience.
Para o colaborador e para o consumidor, uma empresa que seja verdadeiramente diversa e inclusiva tem um valor muito mais especial do que uma que não o seja. Mas ainda falta um conhecimento mais profundo sobre o assunto que esteja mais alinhado ao lado social e não tanto ao comercial. É o que mostra o último levantamento do Great Place to Work (GPTW): somente 12,1% dos brasileiros dizem que a organização em que trabalham tem maturidade no tema, embora a maioria deles acredite que Diversidade e Inclusão é uma pauta estratégica para a empresa.
Daniela Diniz, diretora de conteúdo e relações institucionais do GPTW relata que apesar de parecer elementar falar sobre diversidade, o cenário atual apresentado no mundo corporativo demonstra que é preciso avançar. “Os números mostram que apesar de todos afirmarem que o tema é importante, na prática, esse ano caiu na prioridade corporativa. Apesar de o discurso sobre diversidade e inclusão ganhar forças nos últimos anos, na prática as ações seguem pouco expressivas”, analisa.
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O consumidor LGBTQIA+ e seu perfil de consumo das diversidade
A discussão que sempre retorna nessa época do mês é que as empresas não têm medido esforços para atrair o público LGBTQIA+ com produtos e ações promocionais, no entanto, não aplicam a verdadeira diversidade para com sua equipe e utilizam o tema somente como apelo comercial. E a ironia nesse processo chega a ser até cômica: o comercial, no fim, acaba não se pagando.
Não que não seja importante criar ações promocionais e investir em um perfil de consumo focado em pessoas de diferentes orientações sexuais. A bem da verdade, é ótimo que isso aconteça. O problema é como as marcas têm se relacionado com esse público e, mais do que isso, como reflete a inclusão em seus processos internos.
Leia mais: LGBTQ+: Como as marcas têm alinhado o discurso aos valores
Em resumo, de nada adianta vender itens com a bandeira arco-íris e não ter pessoas LGBTQIA+ no quadro de funcionários, pensando esses produtos, planejando a divulgação da marca, participando ativamente dos processos internos.
Vale destacar que esse tipo de público costuma estar bem mais atento ao investimento por parte das empresas nos temas de diversidade de inclusão. E boa parte deles, inclusive, pauta seu próprio consumo a partir das ações verdadeiras e transparentes para a pauta, dentro e fora da corporação.
Um cenário que tem apresentado mudanças, mas tem subvalorizado a D&I nas prioridades
Conforme aponta o relatório da GPTW, ainda que haja resistência por parte dos colaboradores — e que eles percebam a falta de maturidade das empresas com relação ao tema —, o assunto parecia crescer em relevância. Em 2019, 24% das companhias tinham a diversidade como tema prioritário a ser trabalhado pelo RH durante o ano. Em 2020, essa característica cresceu para 28% e, em 2021, para 32%.
Para 2022, no entanto, o número reduziu para 17%. E, quando questionados quais os maiores desafios para desenvolvimento de Diversidade de Inclusão dentro das corporações, os entrevistados elencaram, em primeiro lugar, o engajamento da liderança. Em segundo lugar, ficou a resposta “tornar os processos de recrutamento e seleção mais inclusivos”.
Tornar uma empresa diversa de fato é algo que começa com o processo seletivo. Inclusive, destinar vagas exclusivas para pessoas LGBTQIA+ é um bom caminho para trazer a diversidade ao centro dos negócios.
E fica o questionamento: o que a sua marca faz, de verdade, em prol da diversidade?
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